GreveHollywood: o episódioBlack Mirror que simboliza receiosatores com inteligência artificial:
Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe do sindicato SAG-AFTRA, criticou os produtores por suas propostas sobre o uso da inteligência artificial.
Ele disse que os estúdios chegaram a solicitar a profissionais o escaneamentorostosartistas com o pagamentoum diatrabalho para,seguida, ter o direito a usarimagem "pelo resto da eternidade,qualquer projeto que quiserem, sem consentimento e nenhuma compensação".
Essa discussão soa como o enredoum episódio da série Black Mirror,Charlie Brooker.
A imprensa dos Estados Unidos foi rápidaapontar como exemplo o recente episódio da sexta temporada da série, "Joan é péssima", que mostra a estrelaHollywood Salma Hayek lutando com a descobertaque uma versãoIA dela pode ser usada por uma produtora sem seu conhecimento.
E não é só o sindicato SAG-AFTRA que está preocupado com a chamada "clonagem da performance".
Liam Budd, do sindicato Equity do Reino Unido, afirmou: "Estamos vendo essa tecnologia usadauma variedadecoisas, como audiolivros automatizados, trabalhonarração sintetizada, avatares digitais para vídeos corporativos ou também o papeldeepfakes que estão sendo usados em filmes.”
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Budd disse que há um "medo circulando" entre os membros do sindicato Equity e que a entidade estava tentando educar seus associados sobre a compreensãoseus direitos neste mundorápida evolução.
A cineasta e escritora Justine Bateman,entrevista ao programa BBC Tech Life no início deste ano, disse que não achava que a indústria do entretenimento precisasse da inteligência artificial.
"A tecnologia deve resolver um problema. Mas não temos faltaroteiristas, não temos faltaatores, não temos faltacineastas. Então não precisamosinteligência artificial", disse ela.
"O problema é que as corporações sentem que não têm margenslucro amplas o suficiente, porque, se você pode eliminar a sobrecargater que pagar a todos, pode apaziguar Wall Street e ter relatórioslucros maiores. Se o usoIA proliferar, a indústria do entretenimento vai destruir toda a estrutura desse negócio”, afirmou Bateman.
Talvez seja apenas uma questãotempo até que o ChatGPT ou o Bard possam escrever um roteirofilme ou transformar uma ideiaum roteirogrande sucesso.
Alguns dizem que a IA sempre vai carecer da humanidade que torna um roteirofilme excelente, e há preocupações legítimasque isso acabará com o trabalho dos roteiristas.
O Writers' Guild of Great Britain (WGGB) - um sindicato que representa escritoresTV, cinema, teatro, livros e videogames no Reino Unido - tem várias preocupações sobre isso:
- Os desenvolvedoresIA estão usando o trabalho dos escritores sempermissão e infringindo os direitos autorais dos escritores;
- As ferramentasIA não identificam adequadamente onde a IA foi usada para criar conteúdo;
- O aumento do usoIA levará a menos oportunidadestrabalho para escritores;
- O usoIA vai diminuir a remuneração dos escritores;
- A IA vai diluir as contribuições feitas pela indústria criativa para a economia e a identidade nacional do Reino Unido.
O WGGB fez uma sérierecomendações para ajudar a proteger os escritores, incluindo desenvolvedoresIA que usam apenas o trabalho dos escritores se tiverem permissão expressa e maior transparência sobre quais dados estão sendo usados para treinar suas ferramentas.
"Como acontece com qualquer nova tecnologia, precisamos considerar os riscos e benefícios e garantir que a velocidade do desenvolvimento não ultrapasse ou tire do trilho as proteções das quais os escritores e a forçatrabalho criativogeral dependem para ganhar a vida”, diz Lesley Gannon, vice-secretário geral do WGGB.
“A regulamentação é claramente necessária para salvaguardar os direitos dos trabalhadores e proteger o público contra fraudes e desinformação”, completa Gannon.
O rápido desenvolvimento da IA no ano passado fez com que o conceitopropriedade se tornasse mais complexo.
Quando alguém insereimagemum aplicativoretrato gerado por IA, como DrawAnyone, DALL-E ou mesmo Snapchat, as imagens resultantes agora sãodomínio público e podem ser usadas por qualquer pessoa.
A nova imagem não é protegida pela leidireitos autorais.
A advogada Mathilde Pavis, especializadatecnologiasclonagem digital, disse à BBC que as leisdireitos autorais do Reino Unido precisam mudar.
"É estranho que seu rosto evoz estejam menos protegidos do que seu carro, seu laptop, seu telefone,casa ou seus livros, mas esse é o estado da lei hoje. E isso porque não pensávamos que seríamos tão vulneráveis, tão vulneráveis quanto somostermosreutilização e imitação com tecnologiasIA”, disse
Reportagem adicionalTom Gerken e Tom Singleton.