As mulheres negras que ajudaram a construir o Brasil:pixbet 1win

Crédito, Kaoana Sopelsa / 'Dicionário Biográfico – Histórias Entrelaçadaspixbet 1winMulheres Afrodiaspóricas'

Legenda da foto, Iyalorixá Obá Biyí, ou Mãe Aninha, e Laudelinapixbet 1winCampos Melo são duas das cem mulheres biografadas no livro 'Dicionário Biográfico – Histórias Entrelaçadaspixbet 1winMulheres Afrodiaspóricas'

O esforço épixbet 1winresgatar e dar visibilidade a trajetóriaspixbet 1winprotagonismo, resistência, pioneirismo, feminismo – seja no cenário nacional ou no âmbito local e comunitário.

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“O livro contém biografiaspixbet 1wincem mulheres afrodiaspóricas que atravessaram e se entrelaçaram com a história do Brasil”, explica a historiadora e socióloga Thais Alves Marinho, organizadora do livro com a historiadora Rosinalda Corrêa da Silva Simoni, professora na Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisadora da PUC-Goiás.

O termo “afrodiaspóricas” reflete a concepçãopixbet 1winque não é raça que une pessoas negras no Brasil, mas sim as resistências que surgem da Diáspora, após o violento movimento transatlânticopixbet 1winsaída forçada da África para o Brasil, explica Marinho.

“Nossa identidade está atravessada por esse processo violento, que é racista”, afirma ela, que coordena o Programapixbet 1winPós-Graduaçãopixbet 1winHistória da PUC-Goiás.

A ideiapixbet 1wincompor o dicionário surgiu a partir da criação da Rede Latino-Americana e Caribenha sobre Feminismospixbet 1winTerreiros (Relfet),pixbet 1win2020, com a propostapixbet 1winestudar a organização coletivapixbet 1winmulheres negras após a Diáspora no contexto da América Latina e Caribe.

Para as organizadoras, as diferentes formaspixbet 1winengajamento, lutas e resistência dessas mulheres seria um primeiro movimento social feminista – anterior mesmo à constituição do feminismo ocidental, a partir do fim do século 19.

“Em todo o território brasileiro, encontramos mulheres que se organizaram e não se deixaram oprimir, seja nos quilombos, nos terreiros, nas irmandades católicas, ocupando lugares na sociedade, nos entre-lugares que não eram disputados por brancos”, descreve Marinho.

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Livro conta a históriapixbet 1wincem mulheres conhecidas ou desconhecidas que deixarampixbet 1winmarca no Brasil

Quilombolas, celebridades, mãespixbet 1winsanto

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Estão presentes biografiaspixbet 1winfiguras renomadas, como Carolina Mariapixbet 1winJesus, Marielle Franco, Elza Soares, Daiane dos Santos, Dona Ivone Lara, Lélia Gonzalez.

Mas também há uma miríadepixbet 1winnomes desconhecidos, não apenas do grande público, mas também das 120 autoras dos verbetes do livro, que reviraram arquivos e colheram depoimentos orais para resgatar histórias marcantespixbet 1winmulheres negras, também documentando histórias no presente ou passado recente.

Um exemplo é o verbete sobre Maria Corrêa da Silva, que deixou o quilombopixbet 1winÁgua Limpa,pixbet 1winGoiás, para se tornar empregada doméstica na cidade grande e dar sustento – e estudo – aos filhos. Suas três filhas também se tornaram empregadas ainda crianças, com a condiçãopixbet 1winque seguissem com a escolapixbet 1wintarde.

Uma delas se tornou historiadora e arqueóloga: é a organizadora do livro, Rosinalda Corrêa da Silva Simoni. O verbete que escreveu sobre a mãe traz o subtítulo “Chamem-nos pelo nosso Nome: Trabalho Doméstico e Invisibilidade Social.”

“Nesse verbete, trago uma história cabulosapixbet 1wincomo as mulheres negras e as crianças quilombolas são tratadas no antro das casas grandes”, descreveu Simoni no lançamento do livro.

Crédito, Hildemar Terceiro / Divulgação

Legenda da foto, As autoras e organizadoras do Dicionário Biográfico reunidas na FLUP após a última mesapixbet 1windebates sobre o livro, no ciclo chamadopixbet 1win'quilombo acadêmico'

Quilombo acadêmico

O Dicionário Biográfico foi lançadopixbet 1winnovembro na Festa Literária das Periferias (FLUP), no Rio, que propôs verter o palco do Circo Voador, na Lapa,pixbet 1winum “quilombo acadêmico”.

Foram sete mesaspixbet 1windebates discutindo recortes das biografias, como quilombolas e trabalhadoras no pós-abolição, mãespixbet 1winsanto, militantes e políticas.

O Dicionário Biográfico não foi escrito a duas ou quatro mãos, mas sim a... 240.

Envolveu 120 autoras – no feminino, pois os homens formam uma pequena parcela.

A organizadora Thais Alves Marinho descreve as participantes: “Temos líderes quilombolas epixbet 1winmovimentos sociais, pessoas sem instruçãopixbet 1winensino superior, assim como militantes políticas e pesquisadoras da universidade, desde pós-doutoras a graduandas”.

Sessenta dessas autoras participaram dos debates evocando um quilombo acadêmico na FLUP, ressaltando o caráter coletivo da produção. As conversas destacavam não apenas as histórias das biografadas, como também o processopixbet 1winpesquisa epixbet 1windescobertas das próprias escritoras ao participar do projeto.

Tudo inspirado pela obra da historiadora e poeta Beatriz Nascimento, que foi tema da FLUP 2024 e defendia uma história escrita por mãos negras.

“Ela diz que cada umpixbet 1winnós, afrodiaspóricos, se torna um quilombo. Este não é necessariamente um espaço territorial. A construçãopixbet 1winum quilombo acadêmico é uma formapixbet 1winhomenageá-la e reproduzir o que ela diz ser nosso papelpixbet 1winresistir,pixbet 1winlutar e dar visibilidade a essa história”, diz Marinho. “Estamos tentando trazer isso para a academia, que é tão branca, eurocêntrica e individualista e hierárquica.”

Leia abaixo um resumopixbet 1wintrês biografias do livro.

Laudelinapixbet 1winCampos Melo

Crédito, Kaoana Sopelsa / 'Dicionário Biográfico – Histórias Entrelaçadaspixbet 1winMulheres Afrodiaspóricas'

Nascidapixbet 1winPoçospixbet 1winCaldas (MG)pixbet 1win1904, Laudelina começou a trabalhar como babá aos 7 anos e foi empregada doméstica ao longopixbet 1wingrande parte da vida. Na juventude, teria trabalhado como copeira para a famíliapixbet 1winJuscelino Kubitschek. Aos 16 anos, começou a ter experiência políticapixbet 1winum grupopixbet 1winmilitância negra.

Em 1936, fundou a primeira associação para empregadas domésticas no país,pixbet 1winSantos, e filiou-se ao Partido Comunista do Brasil. A Associação Beneficente das Domésticas tinha “objetivopixbet 1winproteger as domésticas das violaçõespixbet 1winseus direitos fundamentais”, segundo o verbetepixbet 1winLucianapixbet 1winOliveira Dias. Mas foi proibida durante o Estado Novopixbet 1winGetúlio Vargas e reprimida durante a ditadura militar.

Ao longo das décadas, Laudelina lutou pela regulamentação da profissãopixbet 1winempregada doméstica e pela transformação da associaçãopixbet 1winsindicato, sonho este que só se concretizou após a promulgação da Constituiçãopixbet 1win1988, quando Laudelina e outras companheiras se mobilizaram ao lado da então deputada federal Benedita da Silva.

Em 1989,pixbet 1winCampinas, foi fundada a Casa Laudelinapixbet 1winCampos Melo, uma ONG voltada para angariar recursos para políticas voltadas para mulheres negras. Laudelina se manteve engajada na causa até a morte, aos 87 anos,pixbet 1win1991.

Iyalorixá Obá Biyí, ou Mãe Aninha

Crédito, Kaoana Sopelsa / 'Dicionário Biográfico – Histórias Entrelaçadaspixbet 1winMulheres Afrodiaspóricas'

Eugênia Anna dos Santos (1869-1938), mais conhecida como Mãe Aninha, foi das mãespixbet 1winsanto mais influentespixbet 1winSalvador nas primeiras décadas do século 20.

Tornou-se conhecida nacionalmente porpixbet 1wininfluência na promulgação, durante o primeiro governo Getúlio Vargas, do Decreto Presidencial 1.202, que exinguiu a proibição aos cultos afro-brasileirospixbet 1win1934 – obtendo o apoiopixbet 1winOswaldo Aranha, então Ministro da Fazenda, que era próximopixbet 1winMãe Aninha e teria intercedido para que tivesse um encontro com Getúlio Vargas.

Mãe Aninha era filhapixbet 1winpais dos povos Grunci e Ketu, e foi iniciada nos cultos africanos ainda na infância. Começoupixbet 1winvidapixbet 1winsacerdotisa com pouco maispixbet 1win30 anos. Seu terreiro, Ilê Axé Opô Afonjá, se transferiu para diversos endereçospixbet 1winSalvador até se instalar definitivamente no altopixbet 1winSão Gonçalo, no bairro do Retiro, onde fica até hoje.

A iyalorixá “lutava para que os povos descendentespixbet 1winafricanos tivessempixbet 1wincultura reconhecida e valorizada”, descrevem os autores do verbete, Rosinalda Simoni e Robson Maxpixbet 1winOliveira Souza.

Mãe Aninha “projetou a mulher negra nos espaçospixbet 1winpoder não apenas religioso, mas também político e social”, o que se refletiu também empixbet 1wincasapixbet 1winaxé, onde sempre se preocupoupixbet 1winprojetar as mulheres como protagonistas nos cargos e na organização hierárquica.

Mariana Preta Courá

Africana da nação Corana, na Costa da Mina, África Ocidental, Mariana Preta Courá teria sido embarcada no Golfo do Benim na primeira metade do século 18. Em vezpixbet 1winterminar na Bahia, Recife ou Riopixbet 1winJaneiro, destinos mais comuns para essa procedência, foi pararpixbet 1winBelém do Pará.

Em 1738, Mariana fez um pedido formalpixbet 1winalforria à Justiça, no processo que provavelmente seja o primeiro registro desse tipo para o períodopixbet 1winBelém.

Pelo processo, sabe-se que Mariana conseguiu o valor correspondente àpixbet 1winalforriapixbet 1winuma pessoa que não é nomeada para comprar a liberdadepixbet 1winvoltapixbet 1winAugusto Domingues da Siqueira, para quem já trabalhava havia seis anos.

Apesar do registro judicial do caso, permanecem inúmeras perguntas abertas sobre a trajetóriapixbet 1winMariana. Fundamentalmente: qual foi o desfecho do caso?

“Não foi possível identificar se houve uma resposta ao requerimento vinda do reino e, por conseguinte, se Maria Antônia conseguiu ou nãopixbet 1winliberdade”, escreve a autora do verbete, Marley Antônia Silva da Silva.

“É possível, porém, afirmar a existência e o protagonismo dessa africana mina, que empenhou esforços, por meios institucionais, para alcançarpixbet 1winliberdade. Deixando trilhaspixbet 1winbusca por emancipação, evidenciando que era inconformada, insubmissa e resistente.”