Morre o boxeador Maguila: o que é a encefalopatia traumática crônica, que acometia o ex-atleta:claro roleta premiada
A encefalopatia traumática crônica afeta pessoas que sofreram pancadas repetidas na cabeça ao longo da vida — como os boxeadores e jogadoresclaro roleta premiadafutebol.
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Mas, afinal, o que é a encefalopatia traumática crônica? E quais são os meiosclaro roleta premiadaevitar esse problema?
A questão está na frequência
A médica Roberta Diehl Rodriguez, do Departamentoclaro roleta premiadaNeurologia da Faculdadeclaro roleta premiadaMedicina da Universidadeclaro roleta premiadaSão Paulo (USP), explica que essa doença passou a ser estudada mais a fundo recentemente, há cercaclaro roleta premiada15 anos.
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"E nós só conseguimos fazer o diagnóstico definitivo da encefalopatia traumática crônica depois que o indivíduo morre, por meio da análise do cérebro", disse à BBC News Brasilclaro roleta premiada2022.
Pelo que se sabe até o momento, o quadro pode se manifestarclaro roleta premiadadiferentes maneiras.
Alguns apresentam sintomas parecidos ao do Alzheimer, como perdaclaro roleta premiadamemória e dificuldades para completar o raciocínio.
Em outros, porém, os incômodos se aproximam maisclaro roleta premiadaquadros psiquiátricos, como o transtorno bipolar,claro roleta premiadaque ocorrem alteraçõesclaro roleta premiadahumor.
Há também casos descritosclaro roleta premiadaque o paciente desenvolveu vícios fortesclaro roleta premiadaapostas, álcool ou outras drogas.
"Os estudos mais recentes também nos mostram que, mais importante do que a quantidade ou a força das pancadas, um aspecto fundamental da doença é o intervalo entre os traumas", informa Rodriguez.
Ou seja: se o indivíduo tem um choqueclaro roleta premiadacabeça e, poucos dias depois, passa por um acidente parecido, isso representaria um sinalclaro roleta premiadaalerta maior.
Possivelmente, pancadas tão próximas não dão tempoclaro roleta premiadao cérebro se recuperar bem daquele primeiro impacto, o que piora ainda mais os efeitos que isso tem ao longo da vida.
É por isso, aliás, que atletasclaro roleta premiadaalgumas modalidades são mais propensos a sofrer com a tal da encefalopatia traumática crônica: a própria natureza da profissão os predispõe a levar pancadas no crânio.
Os primeiros dessa lista são os lutadores, já que a meta desse esporte está justamenteclaro roleta premiadaacertar a cabeça do adversário com socos e chutes — por isso o antigo termo "demência pugilística".
Grandes nomes do boxe, como Muhammad Ali e Éder Jofre, por exemplo, apresentaram problemas neurológicos no final da vida.
Jogadoresclaro roleta premiadarúgbi e futebol americano também são mais propensos a desenvolver o problema, já que esses esportes são marcados por muitos choques e encontrões.
Por fim, os profissionais do futebol completam o grupo. Como cruzamentos e bolas aéreas são um recurso importante do esporte, as batidasclaro roleta premiadacrânio são frequentes.
Cérebroclaro roleta premiadadesalinho
Mas o que acontece na cabeça logo após a pancada?
Para entender esse mecanismo, é preciso conhecer antes uma proteína chamada TAU.
"Ela ajuda a manter a estrutura dos neurônios e auxilia no transporteclaro roleta premiadanutrientes entre uma célula e outra", resume Rodriguez.
Só que as pancadas repetidas parecem alterar um pouco desse balanço neuronal.
Quando ocorre o choqueclaro roleta premiadacabeça, essa proteína se rompe e ocorre uma inflamação.
E aí entra o aspecto crônico das batidas.
"Se outra pancada acontece logo depois, o cérebro não consegue se recuperar da primeira e aquela proteína começa a se depositar ali", diz a neurologista.
"Com o passar do tempo, esses agregados anormaisclaro roleta premiadaproteína TAU começam a prejudicar a passagemclaro roleta premiadainformações e nutrientes nos neurônios", complementa.
E isso, ao longoclaro roleta premiadavárias décadas, pode culminarclaro roleta premiadagrandes dificuldades para o funcionamento adequado do cérebro.
Vale mencionar que esses mesmos emaranhadosclaro roleta premiadaproteína TAU são observadosclaro roleta premiadaoutras enfermidades neurológicas, como o próprio Alzheimer.
Na encefalopatia traumática crônica, porém, é possível identificar um fator que está por trás do acúmulo dessa substância: as pancadas repetidas na cabeça.
Rodriguez conta que a USP possui um grande bancoclaro roleta premiadacérebros, que são conservados para pesquisas científicas.
"Num estudo, eu avaliei 1.157 desses órgãos que pertenceram a pessoas que não tinham um históricoclaro roleta premiadaatleta profissional."
"Desses, só encontramos a encefalopatia traumática crônicaclaro roleta premiadasete homens", continua.
"Depois, consegui conversar com a famíliaclaro roleta premiadaum deles e descobri que o indivíduo era goleiroclaro roleta premiadaum time amador, pelo qual disputava jogos no finalclaro roleta premiadasemana", revela.
*Esse texto usou como base uma matériaclaro roleta premiada2022 da BBC News Brasil sobre a encefalopatia traumática crônica e foi atualizada com o contexto atual