O que o futuro distópico imaginado há 100 anos nos ensina sobre a realidade que nos espera:brabet joguinho

Foto antigabrabet joguinhomulheres na praia olhando com lunetas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cabe a pergunta: será que existem outras formasbrabet joguinhopensar sobre o futuro?

Por outro lado, ao imaginar constantemente o futuro como algo já perdido para a distopia na nossa ficção, podemos correr o riscobrabet joguinhoperdê-lo também na realidade.

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Serie sobre o Jockey Club Brasileiro e sua história.

O Jockey Club Brasileiro é um dos clubes mais antigos e prestigiosos do Brasil, fundado brabet joguinho {k0} 1868 por uma empresa brabet joguinho investimento que trabalha para amor pelo cavalo and pela queda paga. Desde sua fundação o clube tem se destecado Por tua entrega à criação a escola está disponível

Masvocê sabia que, para ser só do Jockey Club Brasileiro Clube Brasileiro é preciso ter um patrimônio neto mínimo brabet joguinho R$ 500 mil? É tão certo quem ela diz mas não está fácil.

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  • Ter um patrimônio neto mínimo brabet joguinho R$ 500 mil;
  • Ter um cavallo brabet joguinho corrida ou uma escadalo da equitação;
  • Ter um encontro da direcção do clube;
  • Ter uma boa reputação e ser respeitado no meio social;
  • Ter uma vontade brabet joguinho contribirir para o desenvolvimento da cavalaria brasileira;

Benefícios brabet joguinho ser sócio do Jockey Club Brasileiro

  • Direito a participante brabet joguinho eventos exclusivo;
  • Direito a utilizar as instalações do clube;
  • Direito a receber orientação e apoio da equipa brabet joguinho treinadores, profissionais do clube;
  • Direito a participante brabet joguinho competições e eventos nacionais ou internacionais;
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Encerrado Conclusão

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Esperamos que essa informação tenha sido ajudada a esclarecer como é ser sócio do Jockey Club Brasileiro andcomo pode contribirir para o desenvolvimento da cavalaria brasileira.

Fim do Matérias recomendadas

Agora que observamos o que nos esperabrabet joguinho2024 – e nos anos, décadas e séculos que irão se seguir –, cabe perguntar: será que existem outras formasbrabet joguinhopensar sobre o futuro?

A resposta óbvia seria observar o amanhã através da lente da utopia, mas ela também tem suas desvantagens. A utopia pode expandir as mentes, mas pode também levar as pessoas fortemente apaixonadas por ela a agirbrabet joguinhoforma precipitada ou prejudicial, forçando suas esperanças para que se realizem no momento presente.

Como historiador que estuda como as visõesbrabet joguinhomundo se transformam e as prioridades se alternam, à medida que aprendemos mais sobre nós mesmos e sobre o nosso lugar do Universo, meu interesse é saber como a percepção das pessoas sobre o futuro mudou ao longo do tempo.

Se olharmos 100 anos para trás, como era o amanhã imaginado naquela época?

Um século atrás, havia distopias e utopias, mas muitos escritores e pensadores também abordavam o futurobrabet joguinhooutras formas — com uma perspectiva aberta, moderada e, muitas vezes, divertida. Tudo isso, mesmo com os graves desafios enfrentados pelas suas sociedades.

O que podemos aprender com as visõesbrabet joguinhofuturo das gerações anteriores?

Mulher pertobrabet joguinhomodelobrabet joguinhoavião dirigível

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Legenda da foto, A aviação comercial foi uma das muitas revoluções tecnológicas previstas naquela época, ainda quebrabet joguinhoforma incipiente.

O futuro distópicobrabet joguinho100 anos atrás

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Imagine um mundo com guerras horríveis enchendobrabet joguinhofúria a Europa e o Oriente Médio; uma pandemia que subjugou o mundo; os povos sofrendo a deterioração do clima e uma esmagadora desigualdade caminhando lado a lado com a riqueza sem precedentes.

Um mundo que protestabrabet joguinhonome da justiça social e se revolta contra passados opressores e monopólios corruptos. Um mundobrabet joguinhoque as tecnologias emergentes parecem dispostas a abalar as fundações da sociedade, seja substituindo grandes massasbrabet joguinhotrabalhadores pela automação ou — o pior — precipitando a catástrofe universal.

Esta descrição não se aplica apenas ao nosso presente, quando visto por algumas pessoas. Ele também é um retrato da situação mundialbrabet joguinhoum século atrás, no final da décadabrabet joguinho1910 e início dos anos 1920.

Ao lado do massacre mecanizado da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da mortal pandemiabrabet joguinhogripe espanhola (1918-1919), o período presenciou rápidos desenvolvimentos da ciência (como a descoberta da radioatividade), que prometiam a liberaçãobrabet joguinhocertos poderes que, sem dúvida, eram ainda mais perturbadores.

No lugar das mudanças climáticas atuais, eles tinham smog e o desenvolvimento das favelas.

Hoje, nossos celulares e redes sociais nos tornam testemunhas diretas das tragédias mundiais. Já eles, no passado, graças a uma recém-formada rede mundialbrabet joguinhonotícias, foram a primeira geração a acompanhar desastres como espetáculosbrabet joguinhomassa, como o naufrágio do Titanic.

Cem anos depois que eles observaram o crescimento do númerobrabet joguinhomultimilionários (por sinal, um deles – John Jacob Astor IV (1864-1912) – morreu no famoso naufrágio), estamos agora aguardando o primeiro trilionário. E, enquanto a estabilidade geopolítica atual parece estar se desfazendo, eles observavam o surgimentobrabet joguinhonovos regimes autoritários.

Com tudo isso, é compreensível que, 100 anos atrás, houvesse um crescimento da ficção distópica, similar ao que observamos nos tempos atuais.

Havia visões assustadorasbrabet joguinhototalitarismo tecnológico, com os oceanos do planeta aterrados e as montanhas niveladas. Seres humanos se tornariam drones servidores, como se fossem neurônios que alimentam um megacérebro centralizado e mecanizado.

Havia até visões proféticasbrabet joguinhodesastres climáticos. Uma delas foi o livro Berge, Meere und Giganten ("Montanhas, oceanos e gigantes",brabet joguinhotradução livre), do médico e escritor alemão Alfred Döblin (1878-1957).

A obra mostra um futurobrabet joguinhoalta tecnologia, assolado pela superpopulação. Nele, é formulado um plano para derreter a camadabrabet joguinhogelo da Groenlândia e criar mais espaço para as pessoas viverem.

Uma nova e misteriosa formabrabet joguinhoenergia é anunciada para realizar este projeto. Os resultados são desastrosos, já que ela desencadeia um cataclismo ambiental que se espalha pelo Hemisfério Norte.

Mas a esperança também ressoava. Esperançabrabet joguinhoque o trator da civilização pudesse ser dirigido — que as forças tecnológicas, liberadas pelos gênios da ciência, pudessem ser dominadasbrabet joguinhoforma coletiva e igualitária para melhorar o mundo.

O futuro da geraçãobrabet joguinho100 anos atrás parecia dividido entre a esperança e a distopia, entre a renovação e a calamidade final.

Em meio às distopias, permanecia a convicção generalizadabrabet joguinhoque a tecnologia poderia ser dominadabrabet joguinhoforma harmônica com o mundo natural, para emancipar a humanidade,brabet joguinhovezbrabet joguinhoeliminá-la.

'Poderes jamais sonhados'

Keir Hardie (1856-1915) foi o fundador do Partido Trabalhista britânico,brabet joguinho1900. Falando para um salão lotadobrabet joguinhoYorkshire, no Reino Unido,brabet joguinho1923, ele comparou diretamente o empoderamento gerado pela ciência com o proposto pelo seu movimento.

Hardie observou como os físicos haviam descoberto recentemente formasbrabet joguinhoenergia totalmente novas, como o raio X e a radioatividade.

Ele indicou que, se dominados adequadamente, esses poderes prometiambrabet joguinhotudo, desde milagres da medicina até a libertadora abundânciabrabet joguinhoenergia não poluente.

Comparando diretamente essas revelações científicas com a luta dos trabalhistas pelos direitos e pela proteção dos trabalhadores, Hardie declarou que a formaçãobrabet joguinhoum Estadobrabet joguinhobem-estar nascente no Reino Unido poderia também liberar "poderes e forças jamais sonhadas da natureza humana".

Essas afirmações podem parecer dissonantes, agora que a "tecnologia" frequentemente aparece como sinônimobrabet joguinho"grandes empresas tecnológicas" e passou a ser mais um cavalobrabet joguinhobatalha para fazer crescer a desigualdade,brabet joguinhovez do igualitarismo.

Mas, naquela época, o casamento entre as inovações tecnológicas e o lucro e os interesses privados era mais fraco e, portanto, menos arraigado na consciência do público.

Talvez seja uma indicaçãobrabet joguinhoque essa expropriação não fosse historicamente inevitável e, portanto, não precise necessariamente ser mantida para sempre.

Indústria antiga

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Legenda da foto, Um século atrás, o conceitobrabet joguinho'empresa tecnológica' era totalmente diferente

No final da Primeira Guerra Mundial, ninguém mais questionava que a ciência estivesse pronta para mudar tudo, do trabalho até a guerra. A tecnologia prometia mais do mesmo: mudanças colossais.

Mas, aparentemente, mais do que nunca, este processo poderia seguirbrabet joguinhodiversas direções, que deixarambrabet joguinhose restringir a um único destino brilhante ou sombrio.

Os choques da época agiram como um prisma, dividindo o caminho único para o amanhãbrabet joguinhomuitos trajetos possíveis. Cada um desses trajetos levava a destinos completamente diferentes — e todos aparentemente plausíveis, do pontobrabet joguinhovista daquele momento.

Cem anos atrás, perspectivas mais estranhas e variadas, diferentes das consideradas apenas uma geração antes, não podiam mais ser ignoradas.

Este espírito foi incorporadobrabet joguinhouma sériebrabet joguinholivros popular que foi publicada no Reino Unido, intitulada To-day and To-morrow ("Hoje e amanhã",brabet joguinhotradução livre). Seu centenáriobrabet joguinhopublicação foi comemorado no finalbrabet joguinho2023.

Cada umabrabet joguinhosuas linhas encenava um florescimento profético, traçando possíveis transformações das questões humanas,brabet joguinhoestilo corajoso e, muitas vezes, provocador.

A série tratabrabet joguinhoalgumas áreas claramente esperadas, como o transporte e a tecnologia. Mas também foram incluídas notas sobre o futuro dos xingamentos, da poesia, das roupas, do absurdo e das risadas.

E um registrobrabet joguinho1929, da pacifista Vera Brittain, simboliza o tom virtuoso da obra.

Os historiadores do futuro

Após décadasbrabet joguinhoprotestos coordenados e penosas lutas, as mulheres só haviam recebido o direito ao voto universal no Reino Unido no ano anterior. Brittain aproveitou a oportunidade para projetar o amanhã, prevendo o futuro das relaçõesbrabet joguinhogênero.

No texto, intitulado "Halcyon ou o Futuro da Monogamia", Brittain começa adormecendo. No sonho, ela lê uma "história moral, destinada a ser publicadabrabet joguinhoum futuro muito distante".

Sua autora é "Minerva Huxterwin", da "Cadeirabrabet joguinhoHistória Moral da Universidadebrabet joguinhoOxford [Reino Unido]" – um cargo que não existia na época e não existe até hoje.

Aparentemente vivendo e escrevendo daqui a muitos séculos, Huxterwin é especializadabrabet joguinhoregistrar as revoluções morais do século 20. E o restante da obrabrabet joguinhoBrittain ébrabet joguinhotranscrição, ao acordar, do texto lido no sonho.

Vera Brittain

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Legenda da foto, Vera Brittain (1893-1970) criou uma personagem 'historiadora do futuro', para examinar as mudanças que teriam ocorrido a partir da épocabrabet joguinhoque a autora viveu

É claro que tudo é ficção. Huxterwin é uma personagem inventada.

Mas o texto é brilhante e permite a Brittain divulgarbrabet joguinhovisão preferida do que poderia ser o amanhã, usando uma historiadora imagináriabrabet joguinhoséculos no futuro comobrabet joguinhoporta-voz.

A poderosa visãobrabet joguinhoBrittain se realizoubrabet joguinhoparte.

Ao narrar o futuro imaginado pela autora, Huxterwin conta, do seu futuro distante, como as tecnologias domésticas introduzidas a partir dos anos 1930 renovaram as relaçõesbrabet joguinhogênero ao longo do século 20.

A historiadora do futuro registra que o casamento, não mais opressivo, mas mutuamente agradável, sobreviveu bem no futuro, mas apenas devido àbrabet joguinhocontínua transformação.

A obrabrabet joguinhoBrittain não foi a única "história do futuro" escrita naquela época. Muitas profeciasbrabet joguinhodestaque seriam frequentemente apresentadasbrabet joguinhoum piscarbrabet joguinhoolhos como as reflexõesbrabet joguinhocomentaristasbrabet joguinhoséculos no futuro.

O exemplo mais conhecido talvez seja o best-seller Looking Backward (Um Futuro para a Terra, Ed. Conhecimento, 2022), do escritor americano Edward Bellamy (1850-1898). Publicado originalmentebrabet joguinho1887, o livro teve um novo picobrabet joguinhopopularidade nos anos 1930.

A obra traz as reflexões do autor, um socialista sonhador, e como ele imaginava os Estados Unidos do ano 2000.

Aquela geração não foi a primeira a fazer uso do historiador do futuro. No auge do Império Britânico, os vitorianos gostavambrabet joguinhose surpreender imaginando como,brabet joguinhoalgum futuro incerto, arqueólogos viajantesbrabet joguinhoterras distantes poderiam decifrar as ruínas decadentes da cidadebrabet joguinhoLondres.

Muitas vezes, esses visitantes imaginários eram povos indígenasbrabet joguinhooutros continentes, que teriam ascendido às suas posiçõesbrabet joguinhoancestralidade imperial. A intenção era escandalizar a sensibilidade racista da Inglaterra vitoriana.

Mas o historiador do futuro empregado pelos vitorianos restringe mais do que expande abrabet joguinhoimaginação. Ele define o futuro como já estabelecido, com o tempo correndobrabet joguinhoum único caminho, determinado, neste caso, pela ascensão e quedabrabet joguinhoimpérios e descendências.

O ritmo pode ter variado, mas o tom permaneceu. Avançar no tempo desta forma permitia que os escritores afirmassem que a história não poderia ter seguido por nenhum outro caminho.

Podar polidamente os caminhos não traçados, insinuando que nunca haveria alternativas, faz com que o curso do tempo pareça ser fechado a tudo o que é imprevisto ou imprevisível.

Quadrobrabet joguinhomulher lendo a mãobrabet joguinhooutra

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Legenda da foto, A visão vitoriana da previsão do futuro não era necessariamente correta

Quando Brittain e os demais autores imaginaram os historiadores do futuro, na verdade, eles se basearambrabet joguinhouma tradição formada por escritores mais antigos, como Joseph Addison (1672-1719), que abriu as mentesbrabet joguinhofezbrabet joguinhofechá-las.

Em 1711, Addison ponderou qual conclusão imparcial poderia ser traçada por um historiador do futuro sobre a controversa política do seu tempo.

Masbrabet joguinhoprevisão é claramente perturbada, já que o autor interrompe a si próprio, assumindo flagrante parcialidade. Seu historiador do futuro acaba escrevendo sobre a consideração que as pessoas do futuro teriam pelo próprio Addison.

É claro que esta é uma brincadeirabrabet joguinhoautoconhecimento. Mas ela faz mais do que salientar como as previsões são influenciadas pela pessoa que as apresenta.

Nabrabet joguinhoflagrante parcialidade, Addison não está apenas encenando o irônico fracasso dabrabet joguinhoprópria previsão. Ele também apresenta a possibilidadebrabet joguinhoenganobrabet joguinhotodas as tentativasbrabet joguinhocapturar o futuro. Afinal, o comportamentobrabet joguinhoamanhã sempre será diferente das nossas previsões.

As históriasbrabet joguinhofuturo dos anos 1920 herdaram muito mais da fantasiabrabet joguinhoAddison que da angústia vitoriana.

As previsões como abrabet joguinhoBrittain eram apresentadas como abertamente inventadas. Ficções declaradas, elas ostentambrabet joguinhopretensão num piscarbrabet joguinhoolhos.

Alémbrabet joguinhopermitir aos escritores criticar com mais liberdade as limitações, desigualdades e intolerâncias do presente, elas também abrem espaço para que possam coexistir diversos caminhos possíveis.

Assumir o papelbrabet joguinhohistoriador do futuro é claramente absurdo, um feito impossível. Mas, como todos sabemos disso (tanto o autor quanto o público), entendemos que estamos livres da tarefabrabet joguinhoapresentar afirmações sérias sobre o que irá acontecer e levados para o terreno mais amplo e incerto do que poderia ser.

Nosso foco foi ampliado. Ele se expandiu do mais provável para o meramente possível. Prever, muitas vezes, é prescrever; mas propor é iniciar o diálogo e brincar com ele.

Caminhos assustadores

Vamos ser honestos: os visionários do futurobrabet joguinho100 anos atrás erraram muito. Mas, mesmo assim, podemos extrair conhecimentos das suas obras.

Vivendo nos anos 2020, estamos presenciando o "amanhã" que muitos profetasbrabet joguinhoum século atrás tentaram antecipar. Agora, podemos olhar para trás e traçar avaliações, como fizeram os personagens que eles criaram.

Este exercício revela muitas previsões otimistas sobre tecnologias, por exemplo, que nunca se tornaram realidade — mas também antevisõesbrabet joguinhocaminhos que precisamos agradecer por não terem sido seguidos pela história.

Um exemplo desses caminhos é Moving the Mountain ("Movendo a montanha",brabet joguinhotradução livre), uma utopia feminista idealizada pela proeminente sufragista americana Charlotte Perkins Gilman (1860-1935) e publicadabrabet joguinho1911.

Por meiobrabet joguinhoum artifício que envolvia amnésia, nossa narradora acorda depoisbrabet joguinhoter sido lançada para os Estados Unidos décadas depois.

O país é irreconhecível: diasbrabet joguinhotrabalhobrabet joguinhoduas horas, mulheres totalmente emancipadas e a civilização é alimentada por "motores solares".

Também não há crimes, nem pobreza. Mas isso ocorreu porque, nas aterradoras palavrasbrabet joguinhoGilman, os "degenerados" foram esterilizados e "removidos".

Charlotte Perkins Gilman

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Legenda da foto, O futuro imaginado por Charlotte Perkins Gilman trazia uma sociedade igualitária, mas a um preço trágico

O futurobrabet joguinhoGilman atingiu a "igualdade" — não pela emancipação, mas pela brutal eliminação dos desfavorecidos e dos considerados inadequados.

Como muitos outros autores dos anos 1920, Gilman foi erroneamente convencida pela noçãobrabet joguinhoeugenia, segundo a qual o "caráter moral" é rigorosamente herdado e não moldado pelo ambiente ou pela criaçãobrabet joguinhouma pessoa.

Mas outros, como Brittain, olharam para além dessa noção. Sua historiadora do futuro mostra um mundo que nunca deu atenção à eugenia. Nele, a sociedade reconhece que os destinos dos mais jovens não são determinados pelos seus genes, mas principalmente moldados pela igualdadebrabet joguinhooportunidades e pela afeição dos pais.

As lições das previsões feitas no passado

As visões eugênicas permaneceram amplamente aceitáveis naquele período e chegaram a influenciar a políticabrabet joguinhonível global, dos Estados Unidos até o Japão.

Paranoiasbrabet joguinhoclasse e racistas, sobre "pessoas más" ultrapassando as classes "superiores", emergem entre as previsões daquela época.

O mesmo acontece com as prescrições que agora sabemos que são hediondas e prejudicaram inúmeras pessoas na vida real. Se elas tivessem sido implementadasbrabet joguinhoforma mais abrangente, muitosbrabet joguinhonós não estaríamos por aqui nos diasbrabet joguinhohoje.

Aqui, a lição é contundente. Apenas algumas gerações atrás, pessoas influentes, convencidasbrabet joguinhoque agiam benevolentementebrabet joguinhonome das gerações futuras, foram levadas a desastradas conclusões maléficas, devido a crenças falaciosas e à intolerância contida dabrabet joguinhoépoca.

Esta situação deveria nos levar a refletir sempre que alguém falasse para o futuro hojebrabet joguinhodia.

A previsão é um jogo controverso. Tão controverso quanto prescrever qual é o melhor futuro – não apenas para pessoas como nós, mas para todos.

Por isso, devemos suspeitarbrabet joguinhotodas as visões. Na verdade, a previsão não está separada do poder e, invariavelmente, ela é maculada pelo preconceito.

As utopias do passado costumam nos horrorizar hojebrabet joguinhodia. E esta percepção é essencial à medida que olhamos para frente.

Ilustraçãobrabet joguinhocaveira

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Legenda da foto, Visões positivas e até as utopias se arriscam a inspirar a tomadabrabet joguinhoações contrárias aos princípios éticos

Enquanto permanecermos vigilantes a este respeito, podemos incentivar a abertura e a multiplicidade. De fato, as expectativas e os projetos do futuro não seriam mais confiáveis e inclusivos ao longo do tempo, se ninguém se esforçasse para ficar alerta aos seus erros e exceções, aqui e agora.

As previsões do amanhãbrabet joguinho100 anos atrás comprovam tudo isso, não só nabrabet joguinhomultiplicidade social, mas nos seus vieses que foram preservados para podermos aprender com o presente.

Tomando as previsõesbrabet joguinhoconjunto, podemos concluir que nenhum dos futuros previstos hoje irá realmente suportar o escrutínio do tempo.

Mas isso não é ruim. Afinal, se o nosso presente também permanecer corrupto – tanto visivelmente quantobrabet joguinhoformas atualmente invisíveis – talvez não seja tão terrível se o futuro permanecer além do nosso alcance.

O que aspiramos a ser, mas afinal não somos, deveria nos confortar. Ele significa que existe espaço para melhoria além do que podemos imaginar atualmente.

É aqui que reside o poderbrabet joguinhoescrever histórias do futuro como abrabet joguinhoBrittain, que aborda o tempo presente dabrabet joguinhoautorabrabet joguinhoforma divertida e irreverente.

Elas nos convencem a retirar as vendas do presente, mesmo quebrabet joguinhoforma teatral. Elas nos provocam ao revelar, do falso pontobrabet joguinhovistabrabet joguinhoséculos depois, que nós somos os responsáveis pelo status quo.

Talvez, desta forma, possamos atingir não só o futuro idealizado hoje, mas o amanhã que fica um pouco além das fronteiras do que podemos imaginar atualmente.

É assim que as profecias, quando feitas corretamente, podem ir alémbrabet joguinhonos mostrar nossos próprios preconceitos e preferências. Elas podem nos ajudar a reformulá-los, procurar o que pode ter passado despercebido, tomar novos rumos desafiadores e a nos observar como os ancestrais inflexíveis do desconhecido mundo futuro.

Vale a pena nos relembrar que, da mesma forma que ocorreu com as gerações passadas, provavelmente também somos prisioneiros das nossas próprias crenças provincianas sobre o que é inevitável sobre os nossos paradigmas atuais. E muitas vezes comprovamos, ao longo do tempo, que essas crenças estavam erradas.

O papel da esperança

Hojebrabet joguinhodia, somos mestresbrabet joguinhovisões distópicas que condenam o futuro ao fracasso. Mas, nos últimos 100 anos, será que perdemos um pouco da esperança que havia nos futuros previstos naquela época?

Um século atrás, a esperança sempre prevalecia. Talvez, depois dos traumas das trincheiras, as pessoas só conseguissem imaginar futuros melhores, para fazer com que a recuperação valesse a pena.

Algo similar se aplica novamente hojebrabet joguinhodia. O colapso climático pode muito bem arruinar o futuro da Terra. Mas, exatamente por isso, precisamos ter esperançabrabet joguinhomundos melhores amanhã.

Este tipobrabet joguinhoesperança é diferente do tecno-otimismo que defende ingenuamente que, com inovações desenfreadas, o "progresso" não pode ser interrompido e tudo inevitavelmente irá terminar bem.

Na verdade, ao agarrar-se à simples convicçãobrabet joguinhoque as coisas podem melhorar, a esperança age como uma estrela distante — sempre vigiando, mas eternamente forabrabet joguinhoalcance.

Ela dirige todas as tentativas atuais para superar nosso presente atribulado, incentivando todos os esforçosbrabet joguinhoconsertar o que está errado com o mundo aqui e agora, sem exigir a manifestaçãobrabet joguinhoalguma perfeição utópica impossível.

Existem graves ameaças ao nosso futuro coletivo, mas não vamos esquecer que enfrentá-las com total clareza, aliada a uma sisuda gravidade, pode fazer as coisas mudarem para melhor.

Afinal, como ilustra o casobrabet joguinhoVera Brittain, às vezes, as reformas sociais verdadeiramente poderosas começam sendo expressas como devaneios não muito sériosbrabet joguinhoalgo que "poderia" ser verdade, antesbrabet joguinhose tornarem questões palpáveis que "precisam" acontecer.

*Thomas Moynihan é historiadorbrabet joguinhoideias e autor do livro "Risco X: Como a Humanidade Descobriubrabet joguinhoPrópria Extinção" (em tradução livre do inglês), publicado pela editora MIT Pressbrabet joguinho2020. Atualmente, é pesquisador visitante do Centrobrabet joguinhoEstudobrabet joguinhoRiscos Existenciais da Universidadebrabet joguinhoCambridge, no Reino Unido. Sua conta no X (antigo Twitter) é @nemocentric e seu site é thomasmoynihan.xyz.