A cidade onde as pessoas vivem embaixo da Terra por causa do calor:novibet help
Neste canto do mundo, 60% da população vivenovibet helpcasas construídas nas rochasnovibet helparenito e siltito ricasnovibet helpferro da região. Em alguns locais, os únicos sinaisnovibet helpmoradia são os poçosnovibet helpventilação que se erguem do chão e o excessonovibet helpsolo acumulado perto das entradas das casas.
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No inverno, este estilonovibet helpvida pode parecer apenas excêntrico. Mas, no verão, Coober Pedy – “homem branconovibet helpum buraco”,novibet helptradução livrenovibet helpuma expressão aborígene australiana – não requer explicações: o local atinge 52°C, uma temperatura tão alta que faz com que os pássaros caiam do céu e aparelhos eletrônicos precisem ser guardados no refrigerador.
E,novibet help2023, este costume parece ter sido mais profético que nunca.
Em julho, a cidadenovibet helpChongqing, no sudoeste da China, precisou abrir seus abrigos antiaéreos – construídosnovibet helpmeio a bombardeiosnovibet helplarga escala do Japão, durante a Segunda Guerra Mundial – para proteger os cidadãos contra uma ameaça muito diferente: um surtonovibet helpcalornovibet helpmaisnovibet help35°C que durou 10 dias. Outros se refugiaramnovibet helprestaurantesnovibet helpcavernas, que são populares na cidade.
Enquanto a intensa ondanovibet helpcalor prosseguenovibet helpalgumas regiões, com temperaturas que nem os cactos conseguem suportar, e incêndios florestais dizimam grandes áreas do mundo, o que podemos aprender com os moradoresnovibet helpCoober Pedy?
Longa história
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Episódios
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Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior assentamento subterrâneo do mundo.
As pessoas se refugiam embaixo da terra para enfrentar climas inóspitos há milharesnovibet helpanos – desde ancestrais dos humanos que deixaram suas ferramentasnovibet helpuma caverna na África do Sul há dois milhõesnovibet helpanos, até os neandertais que criaram pilhas inexplicáveisnovibet helpestalagmitesnovibet helpuma gruta na França na idade do gelo, 176 mil anos atrás.
Até os chimpanzés já foram observados se refrescandonovibet helpcavernas, para se proteger do extremo calor durante o dia no sudeste do Senegal.
Outro exemplo é a Capadócia, uma região antiga no centro da Turquia. Ela ficanovibet helpum planalto árido e é famosa pelanovibet helpnotável geologia, quase utópica, e seu cenárionovibet helpcumes, chaminés e casas esculpidos pelo homem e pela naturezanovibet helprochas vulcânicas, comonovibet helpum reinonovibet helpcontonovibet helpfadas.
Mas espetacular mesmo é o que está escondido abaixo disso. E a histórianovibet helpcomo isso foi descoberto é muito boa. Segundo a crença popular, tudo começou com o desaparecimento das galinhasnovibet helpumnovibet helpseus moradores.
Em 1963, um homem que fazia reformas no porãonovibet helpsua casa notou que suas aves estavam desaparecendo por um buraco que ele havia aberto acidentalmente.
Ao derrubar a parede, ele descobriu uma passagem secreta – um íngreme caminho subterrâneo que levava a um labirintonovibet helpnichos e outros corredores. Era uma das muitas entradas para a cidade perdidanovibet helpDerinkuyu.
Derinkuyu é apenas uma das centenasnovibet helpmoradiasnovibet helpcavernas entre as diversas cidades subterrâneas da região. Acredita-se que ela tenha sido construída perto do século 8° a.C.
A cidade foi habitadanovibet helpforma quase constante por milênios, com seus próprios poçosnovibet helpventilação enovibet helpágua, estábulos, igrejas, armazéns e uma ampla redenovibet helpcasas subterrâneas. E servia tambémnovibet helpabrigonovibet helpemergência para até 20 mil pessoas,novibet helpcasonovibet helpinvasão.
Comonovibet helpCoober Pedy, as moradias subterrâneas ajudavam os habitantes da região a enfrentar o clima continental, que alterna entre invernos frios com neve e verões quentes e secos. No lado externo, a temperatura flutuanovibet helpvários graus abaixonovibet helpzero até maisnovibet help30 °C, enquanto, embaixo da terra, ela fica estávelnovibet help13 °C.
Mesmo nos diasnovibet helphoje, as cavernas construídas por seres humanos na região são famosas pelas suas capacidadesnovibet helprefrigeração passiva – uma técnicanovibet helpconstrução que envolve o usonovibet helpopçõesnovibet helpdesign para reduzir o aumento e a perdanovibet helpcalor sem o usonovibet helpenergia.
As antigas galerias e passagens da Capadócia abrigam hoje milharesnovibet helptoneladasnovibet helpbatatas, limões, repolhos e outros produtos que precisariam ser refrigerados se fossem armazenadosnovibet helpoutros locais. A demanda popular cresceu tanto que novas cavernas estão sendo construídas na região.
Solução eficaz
Mais à frente, na estrada para Coober Pedy, fica o centro da cidade.
À primeira vista, ela pode ser confundida com um assentamento comum da região desértica que compõe o chamado outback australiano. As ruas são cor-de-rosa devido à poeira e existem restaurantes, bares, supermercados e postosnovibet helpgasolina.
No altonovibet helpuma colina, a única árvore da cidade – na verdade, uma escultura feitanovibet helpmetal – observa o panorama.
Na superfície, Coober Pedy é assustadoramente vazia. As casas são bastante espaçadas entre si e a impressão énovibet helpque algo realmente parece estar errado. Mas, embaixo do solo, tudo se explica.
Alguns dos “subterrâneos”novibet helpCoober Pedy podem ser visitados através dessas casas. Elas têm aparência normal, mas suas passagens subterrâneas se revelam gradualmente à medida que entramos. Parece que estamos atravessando um guarda-roupa para sair no mundo fictícionovibet helpNárnia (de As Crônicasnovibet helpNárnia,novibet helpC.S.Lewis).
Outras passagens são mais óbvias. Em uma áreanovibet helpcamping chamada Riba’s, as pessoas podem montar suas tendasnovibet helpnichos vários metros abaixo da superfície. A entrada é atravésnovibet helpum túnel escuro.
Em Coober Pedy, as construções subterrâneas precisam ficar a pelo menos quatro metrosnovibet helpprofundidade, para evitar que o teto desabe. Embaixo daquele enorme volumenovibet helprocha, a temperatura é sempre agradável: 23 °C.
As pessoas que moram acima do solo precisam suportar verões extremamente quentes e noites friasnovibet helpinverno, com temperaturas que costumam cair até 2-3 °C. Mas as casas subterrâneas mantêm a temperatura ambiente perfeita, 24 horas por dia, o ano inteiro.
Além do conforto, outra importante vantagemnovibet helpmorar embaixo da terra é a economia. Coober Pedy gera toda a eletricidade que consome – 70% dela,novibet helporigem eólica e solar. Mas ligar o ar-condicionado, muitas vezes, é caro e impraticável.
“Para viver acima do solo, você paga uma verdadeira fortuna pelo aquecimento e refrigeração, já que, muitas vezes, faz maisnovibet help50°C no verão”, afirma Jason Wright, o morador local que administra o Riba’s.
Por outro lado, muitas casas subterrâneasnovibet helpCoober Pedy são relativamente baratas. Em um recente leilão, o preço médio das casasnovibet helptrês quartos foinovibet helpcercanovibet help40 mil dólares australianos (cercanovibet helpR$ 126 mil).
Muitas dessas propriedades eram extremamente básicas ou precisavamnovibet helpreforma, mas existe uma grande diferença entre esses valores e os praticados na cidade grande mais próxima, Adelaide. Lá, o preço médio das residências énovibet help700 mil dólares australianos (cercanovibet helpR$ 2,25 milhões).
E as casas subterrâneas oferecem outros benefícios. Um deles é que não há insetos.
“Quando você chega à porta, as moscas saem das suas costas, elas não querem entrar no escuro e no frio”, conta Wright. E também não há poluição sonora e luminosa embaixo da terra.
Curiosamente, o estilonovibet helpvida subterrâneo também pode oferecer alguma proteção contra terremotos. Wright descreve que os tremoresnovibet helpterra na região produzem um ruído vibrante que aumenta e passa através do subterrâneo até o outro lado.
“Tivemos dois [terremotos] desde que me mudei para cá e nunca sequer me abalei”, ele conta. Mas o nívelnovibet helpsegurança das estruturas subterrâneas durante atividades sísmicas depende inteiramente do seu tamanho, complexidade e profundidade.
Configuração ideal
A questão é se as casas subterrâneas poderiam ajudar as pessoas a combater os efeitos das mudanças climáticasnovibet helpoutros lugares do planeta. E por que elas são tão poucas?
Existem diversas razões que explicam a praticidade única da construçãonovibet helpsubterrâneosnovibet helpCoober Pedy. A primeira são as rochas da região.
“Elas são muito moles, você pode raspá-las com um canivete ou com a unha”, afirma Barry Lewis, funcionário do centronovibet helpinformações turísticas da cidade.
Nos anos 1960 e 70, os moradoresnovibet helpCoober Pedy ampliaram suas casas da mesma forma que criaram as minasnovibet helpopala, usando pás, picaretas e explosivos. Algumas delas não exigiram muito trabalho para serem escavadas, já que muitos moradores usaram poçosnovibet helpminas abandonados como pontosnovibet helppartida.
Mas, hojenovibet helpdia, os túneis costumam ser escavados com equipamento industrial.
“Uma boa máquinanovibet helpperfuraçãonovibet helptúneis pode retirar cercanovibet helpseis metros cúbicosnovibet helprocha por hora,novibet helpforma que você pode ter uma casa subterrânea construídanovibet helpmenosnovibet helpum mês”, explica Wright.
Mas ainda é possível escavar manualmente. Por isso, quando os moradores precisamnovibet helpmais espaço, às vezes eles simplesmente começam a cavar. E, como se tratanovibet helpuma áreanovibet helpmineraçãonovibet helpopala, não é raro que um projetonovibet helpreforma acabe dando lucros.
Já houve um homem que encontrou uma gema grande saindo da parede enquanto instalava um chuveiro e, durante uma obranovibet helpampliação, um hotel local descobriu opalas no valornovibet help1,5 milhãonovibet helpdólares australianos (cercanovibet helpR$ 4,8 milhões).
O arenito também é estruturalmente estável sem precisarnovibet helpapoios. Por isso, é possível construir salões literalmente cavernosos com pé-direito alto,novibet helpqualquer forma que você quiser, sem acrescentar materiais.
Na verdade, a construçãonovibet helptúneisnovibet helpCoober Pedy é tão simples que muitos moradores têm casasnovibet helpluxo sofisticadas, com piscinas subterrâneas, salõesnovibet helpjogos, grandes banheiros e salasnovibet helpestarnovibet helpalto padrão.
Um morador local chegou a descrevernovibet helpcasa subterrânea “como um castelo”, com 50 mil tijolos aparentes e portasnovibet helparconovibet helptodos os quartos.
“Temos alguns subterrâneos surpreendentes por aqui”, afirma Wright. Ele explica que os moradores são notoriamente reservados – outra possível consequêncianovibet helpviver embaixo da terra – e você só consegue descobrir algo sobre eles quando é convidado para jantar.
Questãonovibet helpumidade
Os benefíciosnovibet helpCooper Pedy não seriam os mesmosnovibet helpoutros lugares parecidos.
Das muitas moradiasnovibet helprochas habitadas por seres humanos, a maioria ficanovibet helplocais secos. Elas incluem desde as torres e paredes construídas nos rochedosnovibet helpMesa Verde, no Colorado (Estados Unidos), habitadas por maisnovibet help700 anos pelo povo conhecido como ancestral pueblo, até os elaborados templos, túmulos e palácios escavados no arenito rosanovibet helpPetra, na Jordânia.
Atualmente, uma das últimas aldeias cortadas na rocha e ainda habitadas do mundo é Kandovan, aos pés do monte Sahand, no Irã – um vale marcado por estranhas cavernas pontiagudas que foram escavadas e transformadasnovibet helpcasas, como uma colônianovibet helpcupinzeiros. A região recebe apenas 11 mmnovibet helpchuva por mês,novibet helpmédia, durante todo o verão.
Mas construir embaixo da terranovibet helpregiões mais úmidas é claramente mais complicado.
O metrônovibet helpLondres é um exemplo. Para impermeabilizar seus túneis subterrâneos originais, construídos no século 19, eles foram revestidos com diversas camadasnovibet helptijolos e uma generosa camadanovibet helpbetume.
Atualmente, são utilizados métodos mais modernos. Mas, mesmo com essas precauções, ainda é comum a incidêncianovibet helpmofo preto nas galerias.
O mesmo problema afeta fundaçõesnovibet helpedifícios, porões e estacionamentos subterrâneosnovibet helpregiões com forte incidêncianovibet helpchuvasnovibet helptodo o mundo.
Existem duas razões principais para o fenômeno. Uma é a faltanovibet helpventilação, que pode fazer com que a umidade da cozinha, dos banheiros e da própria respiração das pessoas se condense nas frias paredes das cavernas. O outro motivo é a água subterrânea, se as construções estiverem perto do lençol freático.
As cavernasnovibet helpHazan,novibet helpIsrael, são uma complexa redenovibet helpesconderijos subterrâneos construídos pelos judeus para escapar da perseguição dos romanos no século 2 d.C.. Ela inclui cozinhas, salões, reservatóriosnovibet helpágua e um mausoléunovibet helpurnas funerárias.
A apenas 66 metrosnovibet helpdistância da entrada da caverna, a temperatura nos túneis cai significativamentenovibet helpcomparação com o lado externo. Mas a umidade também é o dobro dos 40% verificados na entrada da caverna.
Um dos motivos pode ser o fatonovibet helpque o sistemanovibet helpcavernas foi construídonovibet helprocha porosa,novibet helpuma áreanovibet helpplanície. Nestas condições, a tendência énovibet helpque o volumenovibet helpágua subterrânea seja maior. E seus corredores estreitos e entradas limitadas fazem com que haja pouco fluxonovibet helpar.
Mas,novibet helpCoober Pedy, construída sobre 50 metrosnovibet helparenito poroso, as condições são áridas até nos subterrâneos.
“Aqui é muito, muito seco”, afirma Wright.
Poçosnovibet helpventilação garantem o fornecimento adequadonovibet helpoxigênio e permitem que a umidade das atividades internas escape do subterrâneo. Mas eles, muitas vezes, são simples canos que se estendem através do teto.
Esses bunkers à provanovibet helpcalor trazem, entretanto, um fatornovibet helppreocupação. Lewis mora atualmente na superfície,novibet helpum parque para trailers. Sua casa subterrânea ficava embaixo do mesmo ponto onde ele mora hoje, mas ela simplesmente desabou.
“Não acontece com muita frequência”, segundo ele. “Ela estavanovibet helpum local ruim.”
Também não é incomum que os moradores derrubem acidentalmente uma parede, atravessando até a casa do vizinho.
Apesar do contratempo, Lewis sente falta da vida nos subterrâneos. E Wright também recomenda o ambiente embaixo da terra para pessoas que sofremnovibet helplocais com temperaturas absurdamente altas. Para ele, “é moleza quando você sente aquele calor”.
E se o mundo continuar esquentando, é possível, sim, que, num futuro próximo, comecem a pipocar pirâmidesnovibet helpareia como asnovibet helpCoober Pedynovibet helpoutros lugares do mundo.