Como saúde da pele pode ajudar a prever doenças:bonus pix bet
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Meus braços, pernas e tronco estão totalmente cobertos com uma camisetabonus pix betmangas longas com proteção solar que comprei pela internet. Minha cabeça é protegida pela sombrabonus pix betum chapéu maciobonus pix betpescador, com proteçãobonus pix bettecido para o rosto.
Como toque final, apliquei diversas camadasbonus pix betprotetor solarbonus pix betalto fator – o que deixou minha pele exposta com aquele pálido e doentio brilho branco-titânio – e, claro, não esqueci os óculosbonus pix betsol.
Com tudo isso, estou vestida como um enorme bebê, como meu parceiro se divertebonus pix betrepetir a cada 10 minutos. Mas minha vaidade não tem limites e estou decidida a evitar que o sol envelheça minha pele.
Será que essas medidas extremas podem trazer outros benefícios desconhecidos? É possível que minha obsessãobonus pix betmanter a pele saudável seja um golpebonus pix betmestre do acaso?
A resposta é “sim”.
Pesquisas recentes indicam que a nossa pele não é apenas um espelho do nosso estilobonus pix betvida, que reflete os anosbonus pix betfumo, bebida, sol e estresse, oferecendo indicações da nossa saúde interna.
Não, neste novo mundo cheiobonus pix betinovações, a pele – o maior órgão do corpo humano – tem influência ativa sobre o nosso bem-estar físico. É uma nova e estranha realidade,bonus pix betque as rugas, a pele seca e as manchas causadas pelo sol são as causas do envelhecimento – e não o contrário.
Estranha revelação
Em 1958, os Estados Unidos aprovaram a lei que estabeleceu a criação da Nasa e levou à chegada dos seres humanos à Lua. Mas, naquele mesmo ano, outro projeto foi silenciosamente concebido.
O Estudo Longitudinalbonus pix betBaltimore seria apenas mais uma pesquisa científica sobre o envelhecimento, não fossebonus pix betpremissa ousada e um tanto não ortodoxa.
Até então, a prática científica padrão era tentar coletar informações sobre a fisiologia das pessoas vivas atravésbonus pix betcadáveres doados – uma prática que remonta à antiga tradiçãobonus pix betprofanaçãobonus pix bettúmulos no século 19. Mas, desta vez, os participantes seriam selecionados um pouco antes, com seus corações ainda batendo e seus corpos ainda com vida.
A pesquisa acompanhou por décadas milharesbonus pix bethomens adultos (e, depois, mulheres) para observar o desenvolvimento dabonus pix betsaúde e como ela era influenciada pelos seus genes e pelo ambiente ao seu redor.
Com apenas duas décadas, os cientistas já haviam atingido progressos fascinantes, desde a descobertabonus pix betque homens emocionalmente menos estáveis apresentam mais propensão a serem diagnosticados com doenças cardíacas até a revelaçãobonus pix betque a nossa capacidadebonus pix betsoluçãobonus pix betproblemas é reduzida apenas levemente com a idade.
Mas uma das descobertas mais surpreendentes confirmou o que as pessoas suspeitavam há muito tempo:bonus pix betaparência jovial é uma expressão impressionantemente precisa dabonus pix betsaúde interna.
Em 1982, a maioria dos homens que, no início do estudo (ou seja, 20 anos antes), possuíam aparência considerada avançada parabonus pix betidade já havia morrido. E esta observação foi confirmada por outra pesquisa mais recente, que concluiu que, dos pacientes com aparência considerada pelo menos 10 anos acima do normal, 99% tinham problemasbonus pix betsaúde.
O que ocorre é que a saúde da pele pode ser usada para prever uma sériebonus pix betfatores aparentemente não relacionados, que variam desde a densidade óssea até o riscobonus pix betdesenvolver doenças neurodegenerativas oubonus pix betmorrerbonus pix betenfermidades cardiovasculares.
Mas, quando as evidências começaram a se acumular, a história sofreu uma virada surpreendente. Será que a pele é um simples registro vivo dos danos acumulados por nós ou estamos falandobonus pix betalgo mais complexo? Será que, na verdade, ela seria capazbonus pix betmanter as pessoas saudáveis ou agravar problemasbonus pix betsaúde já existentes?
Outro tipobonus pix betaniversário
Existem duas formas principaisbonus pix betcalcular a idadebonus pix betuma pessoa.
A primeira é o método padrão, conhecido como idade cronológica, que conta as revoluções da Terrabonus pix bettorno do Sol. Mas existe também a idade biológica, que indica a velocidade do seu envelhecimento físico – a maturidade dos seus órgãos e células.
A idade biológica pode apresentar variações imensas entre diferentes pessoas e até entre diferentes partes do mesmo corpo.
A cultura popular afirma que, com o passar dos anos, nossa idade cronológica irá eventualmente alcançar nossa aparência. A pele se torna mais fina,bonus pix betcoloração é mais irregular e a elasticidade é reduzida, à medida que as células responsáveis pela produçãobonus pix betpigmento e colágeno morrem ou se tornam “senescentes”, ou seja, elas deixambonus pix betse renovar e continuam a existirbonus pix betuma espéciebonus pix betestado dormente.
Mas o ambiente à nossa volta é que tende a causar os verdadeiros danos.
A radiação ultravioleta B (UVB) pode danificar o nosso DNA, gerando queimaduras solares, mutações e câncerbonus pix betpele. Mas 95% da radiação UV que atinge a superfície da Terra é compostabonus pix betultravioleta A (UVA).
Esta parcela dos raios solares possui comprimentobonus pix betonda mais longo, o que permite que a radiação UVA penetre profundamente na derme, onde decompõe o colágeno e estimula as células a produzir melanina.
Em nível microscópico, a pele fotoenvelhecida – que sofreu envelhecimento pelo sol – é mais espessa, com um emaranhadobonus pix betfibrasbonus pix betcolágeno e elastina deformadas. No nível visível, muitas vezes,bonus pix betpigmentação é irregular e a quantidadebonus pix betrugas é significativa.
Isso acontece quer você tenha pele muito clara (incapazbonus pix betse bronzear, conhecida como tipo 1 da escalabonus pix betFitzpatrick), ou pele muito escura, do tipo 6 da mesma escala. A classificaçãobonus pix betFitzpatrick descreve este tipobonus pix betpele,bonus pix betforma imprecisa, como a pele que nunca se queima.
Na verdade, mesmo a pele profundamente pigmentada pode se queimar e é suscetível ao fotoenvelhecimento, embora leve mais tempo para o surgimentobonus pix betrugas.
Acredita-se que fatores intrínsecos sejam menos responsáveis pela clássica aparência “envelhecida” da pele, enquanto a luz UV causa maisbonus pix bet80% das mudanças visíveis. Ou seja, se você passar toda abonus pix betvida dentrobonus pix betcasa com as cortinas fechadas, é possível que você não observe alterações significativas da pele até atingir os 80 anosbonus pix betidade.
Mas, fundamentalmente, além desses efeitos, a pele sofre transformações químicas que podem causar impactos profundos para a nossa saúdebonus pix betgeral.
Coquetel químico
Em 2000, no raiar do novo século, surgiu um conceito radicalmente novo.
Observando a formabonus pix betque a maior parte dos organismos reage ao estresse, um grupobonus pix betcientistas da Universidadebonus pix betBolonha, na Itália, sugeriu uma nova formabonus pix betpensar sobre o envelhecimento.
Em pessoas jovens e saudáveis, o sistema imunológico é mobilizado rotineiramente para manter a ordem, corrigindo danos e curando infecções. No entanto, à medida que envelhecemos ou quando temos problemasbonus pix betsaúde, essas reações inflamatórias podem ultrapassar um certo limite crítico. Elas entrambonus pix betmarcha acelerada, liberando uma sériebonus pix betsubstâncias poderosas que causam alvoroço no organismo, destruindo células saudáveis e mutilando nosso DNA.
Surge, assim, o cenáriobonus pix betinflamações latentes que acompanha o processobonus pix betenvelhecimento.
E é aí que a pele entrabonus pix betcena.
As últimas pesquisas indicam que a pele com rugas, doente ou lesionada passa a fazer parte desse sistema inflamatório, liberando um coquetelbonus pix betsubstâncias que causa ainda mais danos e inflamações.
“A pele cronologicamente envelhecida exibe níveisbonus pix betexpressão mais altosbonus pix bettodo um quadrobonus pix betcitocinas e quimiocinas inflamatórias”, segundo o cientista e pesquisador Mao-Qiang Man, da Universidade da Califórniabonus pix betSão Francisco, nos Estados Unidos. Ele afirma que o mesmo é válido para a pele fotoenvelhecida.
Localmente, essas substâncias degradam o colágeno e a elastina, causando ainda mais redução da espessura da pele, rugas e perdabonus pix betelasticidade, segundo explica Tuba Musarrat Ansary, pesquisadorabonus pix betpós-doutorado da Universidade Médica Jichi, no Japão.
“Elas [também] prejudicam a barreira da pele, aumentando a perdabonus pix betágua e a suscetibilidade a fatoresbonus pix betestresse”, afirma ela.
Este circuitobonus pix betfeedback é agravado pelas células senescentes na pele, criadas pelo envelhecimento natural ou por lesões causadas por UV, que também liberam suas próprias substâncias inflamatórias. Mas este é apenas o começo.
Por ser o maior órgão do corpo, a pele pode ter impactos profundos. As substâncias liberadas pela pele doente e alterada entram rapidamente no fluxo sanguíneo, onde são distribuídas e prejudicam outros tecidos.
E,bonus pix betmeio à inflamação sistêmica decorrente, essas substâncias podem atingir e prejudicar órgãos aparentemente sem relação com a pele, incluindo o coração e o cérebro. Como resultado, surge o envelhecimento acelerado e o maior riscobonus pix betdesenvolver a maioria das doenças relacionadas com esta condição – e, possivelmente, todas elas.
A pele doente ou envelhecida já foi relacionada ao surgimentobonus pix betdoenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e comprometimento cognitivo, como malbonus pix betAlzheimer e Parkinson.
Todos nós conhecemos os riscosbonus pix betfumar, beber, comerbonus pix betexcesso e da faltabonus pix betexercícios físicos, mas você pode alegar que as más condiçõesbonus pix betsaúde da pele são o elefante na sala – o fator que todos nós costumamos ignorar. A boa notícia é que muitas ações podem ser tomadas para tentar evitar esta situação.
Questãobonus pix betumidade
A primeira etapa para proteger a pele – e, portanto, a saúdebonus pix betgeral, segundo esta nova teoria – é sair do sol. E o método mais famoso é o protocolo “Slip, Slop, Slap” (cobrir-se, usar protetor solar e procurar a sombra).
Lançado na Austráliabonus pix bet1981, este método foi ampliado e agora inclui cinco pilares centrais: usar camiseta (e, idealmente, outras roupas protetoras), passar protetor solarbonus pix betalto fator, colocar um chapéubonus pix betabas largas, usar óculosbonus pix betsol e procurar a sombra.
Além disso, se a relação entre as doenças da pele e as relativas à idade não for suficiente para convencer as pessoas a usar seus chapéusbonus pix betpescador e protetor solar, existem outras duas razões importantes. A primeira é que proteger a pele do sol é extremamente eficaz para prevenir os sinais visíveis do envelhecimento.
Em um estudo inicial, pessoas que usaram filtro solar FPS 15bonus pix betamplo espectro diariamente por quatro anos e meio não mostraram nenhum sinalbonus pix betenvelhecimento da pele durante esse período.
E este é um fatorbonus pix betproteção baixo, que tipicamente protege contra queimaduras solares por apenas 15 vezes mais tempo do que sem aplicaçãobonus pix betfiltro. Ou seja, se abonus pix betpele normalmente começa a ficar vermelhabonus pix bet10 minutos, você deverá poder ficar no sol por apenas 150 minutos (duas horas e meia).
Além disso, o filtro solar do experimento não especificava o nívelbonus pix betproteção contra a radiação UVA, responsável por gerar o envelhecimento da pele.
Na maior parte do mundo, para serem consideradosbonus pix betamplo espectro, os produtos devem demonstrar que eles não apenas absorvem ou refletem a radiação UVB (indicada pelo FPS), mas também UVA. E o seu graubonus pix beteficiência varia substancialmente.
Os dermatologistas recomendam sempre verificar no rótulo a avaliação UVA, que normalmente é indicada por FP-UVA ou PPD.
A segunda razão é que existem fortes evidênciasbonus pix betque o filtro solar pode evitar a maior parte das inflamações que ocorrem quando a pele é exposta ao sol – a primeira etapa do desenvolvimentobonus pix betdoenças relativas à idade.
Mas esta não é a única formabonus pix betmanter abonus pix betpelebonus pix betboas condições. Na verdade, a maneira mais fácilbonus pix betmelhorar a saúde da pele,bonus pix betlonge, é mantê-la umedecida. E existem evidências diretasbonus pix betque a umidade reduz as inflamações e pode ajudar a evitar demência.
Além do tombonus pix betpele irregular e das rugas, a pele cronológica e fotoenvelhecida é significativamente mais seca.
Os níveisbonus pix betumidade da pele humana atingem seu pico aos 40 anosbonus pix betvida. Após essa idade, a umidade despenca, devido à produção cada vez menor dos seus umectantes naturais – lipídios, filagrina, gordura e glicerol. Este é um problema, pois a pele desidratada é uma barreira menos eficaz entre o lado interno do corpo e o mundo exterior.
Quando nossa a pele está ressecada e cobertabonus pix betescamas,bonus pix betfunção naturalbonus pix betafastar os agentes infecciosos, toxinas ambientais e alérgenos, alémbonus pix betmanter a umidade, fica significativamente prejudicada.
Mas não é muito complicado repor a umidade perdida, ao contrário do que parecem sugerir os anúnciosbonus pix betcosméticos. E, no campo do envelhecimento, esta intervenção simples vem mostrando resultados notáveis.
Em um estudo, uma equipebonus pix betpesquisadores internacionais, incluindo Mao-Qiang Man, solicitou a voluntários idosos que aplicassem um hidratante local duas vezes por dia, por um mês. E,bonus pix betcomparação com participantes idosos que não receberam tratamento, a pele dos voluntários foi significativamente restaurada, com redução dos níveisbonus pix bettrês classes diferentesbonus pix betsubstâncias inflamatórias.
Estes resultados promissores foram rapidamente seguidos por outro estudo da mesma equipe, que envolveu o tratamentobonus pix betadultos com maisbonus pix bet65 anosbonus pix betidade com um creme hidratante duas vezes por dia, por três anos.
Os pesquisadores avaliaram as funções cognitivas dos participantes no início e no final do estudo. E, após três anos, as condições do grupo controle se deterioraram significativamente, mas os participantes que hidratarambonus pix betpele não sofreram deterioração cognitiva.
“A redução dos níveisbonus pix bethidratação do estrato córneo [a camada mais externa da epiderme] provavelmente é a maior causa das inflamações que ocorrem no envelhecimento”, segundo Man.
O cientista explica que, como a pele seca tende a sofrer níveis mais altosbonus pix betinflamação, pode ocorrer coceira. E, se você ceder ao impulsobonus pix betse coçar – como já deve ter adivinhado –, a inflamação se agrava.
Mas Man afirma que muitos ingredientes naturais podem ajudar, como glicerol, petrolato, ácido hialurônico e lipídios que, normalmente, seriam encontrados nesta camada da pele. E estas substâncias são componentes comuns até dos hidratantes mais básicos.
É possível que simplesmente beber mais água também possa ajudar a hidratar a pele, mas as evidências a respeito são contraditórias. Alguns estudos indicam que ainda não existe confirmação desta possibilidade, enquanto outros afirmam que sim, beber mais água pode ajudar na hidratação da pele. E ainda não se estudou diretamente o aumento do consumobonus pix betágua como formabonus pix betevitar inflamações ou doenças relacionadas.
Para visualizar o quanto a pele pode afetar o resto do corpo, é preciso lembrar a quantidadebonus pix betpele que nós temos. Em seguida, lembre-sebonus pix betque, naturalmente, temos dentro do corpo exatamente a mesma extensãobonus pix betpele que podemos ver no lado externo. E, quando a pele tem problemas, cada centímetro dela pode liberar substâncias tóxicas.
Por isso, realmente compensa proteger a pele do sol, mas não se esqueçabonus pix bettambém usar o hidratante.
Bem, agora, desculpe, mas vou pegar meu filtro solar, os óculosbonus pix betsol, o guarda-sol e aquele ridículo chapéubonus pix betpescador... preciso cuidar do meu jardim.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.