Um desses exemplos é a expectativadevoçãouma mãe como condição para se criar filhos saudáveis e felizes. Como consequência, argumenta, a mãe se torna uma espécieentidade desumanizada, como se não tivessesubjetividade e suas particularidades.
(4 títulos cada ) copa, no Nordeste – Wikipédia 🛡 pt.wikipedia : a Wiki:;
{k0}
Aos filhos e filhas do nosso amado Brasil, hoje estou aqui para trazer boas notícias sobre as apostas online no gate777.
Há alguns dias, o portal apostas online gate777 veio para abençoar o mundo dos jogadores brasileiros com bonus exclusivos e empolgantes. Especializado {k0} jogos casino online, o site é uma verdadeira sensação no universo das apostas, oferecendo entrega rápida, serviços ao cliente primeira classe e o melhor tudo, grandes oportunidades para você ganhar milhões.
O site foi criado com a intenção proporcionar momentos empolgantes aos brasileiros que querem curtir um pouco do mundo dos jogos, ainda mais com bônus e outras conveniências que você vai adorar.
É claro que apenas aqueles maiores 18 anos podem acessar a plataforma, mantendo a respeitabilidade para todos.
Uma experiência eletrizante no mundo dos jogos
Quando se tem um título como “portal eletrizante”, se esperar um excelente conteúdo, certo? Então não tema, você estará nas roupas certas ao escolher o gate777.
Por ser um portal com múltiplos jogos {k0} oferta, como pôquer, roleta e apostas esportivas, estamos ficando cada vez mais empolgados com o que eles vão lançar a seguir.
Além disso, seus jogos são compactíveis nos navegadores todos os dispositivos móveis e computadores, permitindo a você curtir onde e quando estiver.
Lembre-se, bastam alguns poucos cliques você já poderá se cadastrar para poder aproveitar da melhor sorte possível.
Depois do cadastro e aprovação, um novo e oportuno universo estará disponível, ao alcance da sua mão.
Jackpot e muito mais no gate777
Infelizmente, houve relatos desanimadores sobre pessoas sendo enganadas com vários jogos ou sorteios online ilegais.
Porém, isso não vai acontecer grato a Deus aqui.
Qual é a grande maneira aqui?
Rechaçar firmemente quaisquer atividades desonestas e ludopatas.
Este site nos convenceu que os serviços apostas online podem ser apresentados uma maneira apelativa.
Estamos falando mais da metade um milhão apostadores.
Posição oficial do órgão governamental no cenário global
É comunicado ao povo brasileiro que o site apostas foi avaliado e aprovado para uma operação estável, legítima e segura andamento fim oferecer os melhores produtos e serviços do mundo {k0} tabela probabilidades esportivas.
Pela presente, pode tirar
No livro, Iaconelli analisa o imaginário social da maternidade unindo a crítica cultural àexperiência tanto no consultório quanto no instituto que fundou, o Instituto GerarPsicanálise.
O resultado é um livroque faz não só um diagnóstico como propõe mudanças.
Uma toneladacocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
"Não só as mulheres, mas também os homens, e, com certeza, a sociedade como um todo, têm muito a ganhar saindo da mentalidade maternalista", ela explica à BBC News Brasil.
Na entrevista, a psicanalista debate o que vê como reflexo do que chamamaternalismo no trabalho, na diversidade dos arranjos familiares e no burnout materno. Confira os principais trechos.
BBC News Brasil - Você vê na cultura brasileira algo que estimule o que você descreve como discurso maternalista?
Vera Iaconelli - O Brasil, com seu passado escravagista, tem como umasuas heranças a figura da babá, que já foi a figura da mulher escravizada atendendo às necessidades dos filhos da família branca.
A babá é uma categoriaprofissionais cuidadoras que ganham pra fazer esse trabalho, muitas vezes deixando os próprios filhos aos cuidadosoutros. Ou, às vezes, as crianças cuidam umas das outras. Quando a família brasileira sai do país, percebe que lá fora não existe esta mãoobra, porque ela é fruto da desigualdade social.
Quando a pessoa consegue trabalhar e ter acesso a uma formação maior, ela opta, quando pode, por não fazer trabalhos domésticos ou fazer outro tipotrabalho — às vezes até ganhando a mesma coisa — por conta da dificuldade que é essa relação subjetivacuidar do filhoalguém, deixando o próprio filho sabe-se Deus com quem, e estabelecendo uma relação afetiva com uma criança que está sendo criada para inclusive desprezar a babá no futuro, porque a gente sabe que tem a questão racial no Brasil e a subalternidade das classes menos favorecidas.
Temos também uma cultura extremamente machista. Em países com esta cultura, você vê a mulher indiferenciada no lugarmãe e o homem achando que cuidar dos filhos e da casa é uma questão feminina. Embora a gente também tenha, por exemplo, no Japão, que é considerado um país superdesenvolvido, um machismo que tem levado as mulheres a não querer ter mais filhos.
A questão do não nascimentocrianças para substituir os mais velhos é muito grave, e o país não consegue reverter isso porque lá as mulheres são uma parte importante da forçatrabalho e fazem toda a atividade doméstica sozinhas. Então, elas estão se recusando a ser mães.
O discurso maternalista é muito forte no Brasil, e ele veio justamente para tentar proteger as mulheres que trabalhavam nas fábricas e lavourascondições insalubres. Elas trabalhavam nas cidades para sustentar a prole e não conseguiram cuidar das crianças, obviamente, porque não dá pra estardois lugares ao mesmo tempo. Tanto que muitas crianças ficavam nas fábricas, inclusive.
O maternalismo veio para fazer com que o Estado, a sociedade, comparecesse para ajudar as mulheres. Essa mentalidadeajudar — ou seja,não estar inteiramente responsabilizado, mas só como alguém que ajuda quem é o responsável — é muito marcada no Brasil até hoje.
BBC News Brasil - Saircasa para trabalhar tem efeitos importantes para as mulheres, especialmente no reconhecimentosuas existências para além da maternidade. Porém, hoje, não é incomum que as jornadastrabalho ultrapassem 60 horas semanais nas atividades profissionais, sem contar as horas dedicadas aos afazeres domésticos. O que essa exigênciaprodutividade por parte das mulheres diz sobre o maternalismo?
Iaconelli - As mulheres sempre trabalharam. O que acontece é que só a partir dos anos 1960, com a revolução sexual, esse trabalho, que era considerado uma espéciemal necessário — porque o marido não ganhava o suficiente, porque ela era mãe solteira, ou porque ela era viúva —, passa a ser positivado e considerado um valor.
Então as mulheres dizem: “Nós queremos ter carreiras, queremos poder ocupar todos os postos que os homens ocupam”. Elas entram no mercadotrabalho com tudo, mas sem a contrapartida, ou seja, sem que o homem entre com a economiacuidados, que são os cuidados domésticos e com a prole. Nenhuma mulher faz filho sozinha, sempre tem esse outro faltante.
Com o neoliberalismo a gente vai entrando num momentoque todas as pessoas trabalham com uma carga horária absurda, que não deixa tempo não só para os filhos, mas para a vida pessoal.
A diferença é que as mulheres têm na maternidade um valor cultural muito importante, efato ela tem que ser valorizada — as mães ficaram para cuidar da próxima geração —, mas, infelizmente, elas ficaram sozinhas, tendo que estardois lugares ao mesmo tempo e sendo penalizadas nessas tarefas.
Se a mulher engravida, ela perde o emprego na hora que volta, ou nem consegue um cargo quando está numa idadeque há mais chancester filhos; os salários já são menores e muita gente os justifica pela questão da licença-maternidade. Então você tem um showhorror, um círculo vicioso que faz com que a maternidade se torne cada vez mais insustentável.
BBC News Brasil - Estão cada vez mais comuns depoimentos e alertas sobre supostas "mães narcisistas", retratadas como egoístas e insensíveis às necessidades dos filhos. Faz sentido a existênciauma espéciediagnósticosaúde mental com ênfase nas mães? Não é comum a menção a "pais narcisistas"...
Iaconelli - Não faz nenhum sentido a ideia"mãe narcisista" a não ser que a gente entenda que o próprio termo "mãe narcisista" é um sintoma da nossa sociedade. Ou seja, é claro que existem pais, mães, avós e pessoas que só pensam nelas mesmas, passam por cimatodo mundo, não estão nem aí com os outros.
Mas a ideiamãe narcisista que aparece agora tem muita relação com essa penalização da mulher que quer uma vida para além dos filhos. Em geral, a mãe narcisista não faz nada muito além do que um pai comum faria, que é cuidar da vida dele e deixar os filhos sob a responsabilidade da mãe. Essa categoria é muito ruim porque junta a palavra "mãe".
Pessoas narcisistas existem, mas "mãe narcisista" é um termo que surgiu muito antes do pai narcisista que,fato, eu nunca ouvi falar. É um termo que vem dizer que uma mãe tem que ser acimatudo uma mãe doadora, uma pessoa magnânima, generosa. Mães são todas as pessoas no mundo que tiveram filhos e aí você pode pôr qualquer sujeito.
A categoria mãe narcisista é preocupante porque é, mais uma vez, um julgamento moral das mães, como se existisse a "mãe", e não várias pessoas, com diferentes backgrounds [em inglês, algo como "trajetóriasvida"].
BBC News Brasil - Devoção e sacrifício seguem sendo palavras associadas à criação dos filhos, especialmente para as mães. Este é um ideal que segue firme?
Iaconelli - Na nossa sociedade, há discursos heterogêneos que convivem. Tem uma sériecobranças que ainda vigoram, embora não seja mais motivose tornar pária social o fatoque uma mulher não queira ter filhos, não queira se casar ou queira morar sozinha. Isso já foi muito mais terrível, mas essas expectativas convivem com os avanços.
A ideiaque a mãe se sacrifica, as mulheres se identificam muito com essa ideia. Ao reclamar, elas chegam a exibir um pouco como elas estão devotadas, como se esforçam pelos filhos — assim como os homens podem dizer isso do trabalho, para se exibir e mostrar como eles trabalham para levar dinheiro pra casa.
São posições que ainda vigoram e com as quais a gente tem que tomar muito cuidado, porque são frutouma ideologia que começa na modernidade, mas fica muito mais forte com a ideologia maternalista.
BBC News Brasil - De que forma o maternalismo "captura" as mulheres?
Iaconelli - Mães continuam sendo responsabilizadas, mas, além disso, elas continuam achando que a responsabilidade é delas. Elas continuam tirando da conta os homens — ou porque eles não estavam à altura mesmo, ou porque elas acham que cabe a elas, capturadas por essa mentalidade.
Um dos problemas que a gente enfrenta na clínica é como as mulheres que reclamam desse moedorcarne que se tornou a maternidade, do burnout materno, muitas vezes sofrem não só os milhõesataques externos, mas também se identificam com esse lugar materno. Nas poucas vezesque têm a oportunidadedelegar,dividir tarefas, elas declinam.
Um exemplo. Alguns anos atrás, a guarda compartilhada era um escândalo: "Como eu vou deixar meu filho ficar com o pai metade do tempo, como vai ser isso?"
Poder aceitar a guarda compartilhada como uma divisão igualitária foi fundamental. Não se conseguiu isso por graça e encanto dos homens, mas porque eles não queriam dar pensão. A guarda compartilhada pode ser aproveitada pra entender que você não é tudo na vida do seu filho.
O que a gente esquecepensar é que mesmo quando as mulheres conseguem dividir as tarefas igualmente, elas continuam com a carga mental, porque elas estão no trabalho, mas ficam pensando se a criança foi com o casaquinho para a casa do pai, se ele vai alimentá-la direito.
Ou quando se está casada, se o pai lembroubotar na lancheira tal coisa, se a criança chegou com o presentinho pro colega na escola, como é que está a carteiravacinação... As mulheres continuam tendo toda a logística na cabeça delas, mesmo quando elas dividem as atividades igualmente com os companheiros.
Tem toda uma mudançamentalidade que pode melhorar. Pode melhorar inclusive um efeito que a gente tem no nascimento dos filhos, que é o fim dos casamentos — eles vinham bem, mas aí não aguentam o ressentimento que se estabelece entre o casal por causa da desigualdade na divisãotarefas.
Não só as mulheres, mas também os homens, e, com certeza, a sociedade como um todo, têm muito a ganhar saindo da mentalidade maternalista.
BBC News Brasil - Que políticas públicas podem ser pensadas para que as mães brasileiras tenham a possibilidadeexercer outros tiposmaternidade que não apenas o maternalismo?
Iaconelli - Temos muitas leis que precisam ser observadas, como crechesempresas, que não devem ser pensadas só para as mães, mas também para os pais; a licença maternidade e a licença paternidade, que são coisas que a gente não precisa inventar e que os países já fizeram.
A gente tem que fomentar, permitir que as pessoas tenham mais recursos, não sejam demitidas ao voltarem para o trabalho. Elas fazem um serviço à sociedade com os filhos que elas produzem. O Estado precisa que nasçam pessoas, não vamos ser ingênuos achando que esta é uma questãoforo privado.
O Estado tem que entrar, as empresas devem entrar não ajudando a mulher a fazer aquilo que é responsabilidade dela, mas se responsabilizando também pela nova geração.
Para as mulheres ou homens trans que, alémgestarem e parir e quiserem aleitar — a Organização Mundial da Saúde coloca como uma coisa fundamental —, dar condições para a amamentaçãotodos os lugares públicos possíveis.
A gente tem usado muito uma expressão que foi ficando batida, "a criança precisauma aldeia pra ser cuidada", mas uma aldeia precisauma criança pra continuar.
A mudançamentalidade é começar a olhar para o pai como se fosse uma mãe e para a mãe como se ela fosse um pai. O que você ofereceria para cada um ali? Você vai ver que as soluções ficam bem diferentes.
BBC News Brasil - Navisão, a centralidade das mães no idealcriação dos filhos que você descreve no livro impacta a discussão sobre o aborto no Brasil?
Iaconelli - O aborto é um assunto muito sensível, muitas vezes mascarado pelas questões religiosas - lembrando que vivemos num paísEstado laico, ou seja, onde a religião não deveria pautar as escolhas dos cidadãos, que têm diferentes religiões ou valores diferentes. O aborto é o direito à escolha. Mas colocar do lado da mulher o direito à escolha - e eu não estou me esquecendo dos homens trans não, mas eu estou falando da categoria mulher, que é colocada acimatudo como aquela que deve ser feliz por engravidar -, dar à mulher essa autonomia vai na contramão do maternalismo, que é submeter a mulher à economiacuidados, uma mulher reprodutiva.
É uma sociedade que não quer colocar na mão da mulher o direito à escolha sobre as questões reprodutivas. Isso tem um enorme custo econômico, social, para a saúde da mulher e para a saúde pública, mas é uma discussão muito permeada por valores maternalistas misturados com religiosidade e machismo, que fazem com que muitas mulheres morram hoje no Brasil porque a gente não consegue encarar essa questão.
BBC News Brasil - Como o discurso maternalista afeta a diversidade dos arranjos afetivos possíveis para a criação dos filhos?
Iaconelli - Embora a gente veja na prática — hoje e historicamente — que a família papai-mamãe-filhinhos é a mais comum, mas não a única, desde sempre existiram avós que cuidaram dos netosvez dos pais, mães sozinhas, pais sozinhos, casais lésbicos, casais gays. O que acontece é que hoje isso se tornou mais visível e legalizado.
A pergunta que fica é se isso prejudica psiquicamente as crianças. Se a gente está falandopsicanálise, a gente está falandotentar entender do que uma criança precisa pra se constituir como sujeito e para se desenvolver. A gente sabe, pela clínica, que o essencial pra uma criança é a qualidadecuidados, que pode ser oferecida por diferentes arranjos: um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres, um trisal.
Crianças também são criadaslaresacolhimento, abrigos. A gente tem muitas possibilidades.
Desses grupos todos você vai ter fracassos e sucessos, e a clínica psicanalítica é cheiacasais heterossexuais cisgêneros que levam seus filhos pra análise. É claro que os outros arranjos também vão ter seus problemas, também vão trazer seus filhos para a clínica.
Os problemas maiores que essas outras famílias encontram sãoestigma,sofrerem violência. Batalhar contra o maternalismo é também legitimar formas já existentescuidado com a infância e com as crianças, mas que precisam ser positivadas.
BBC News Brasil - A criação dos filhos parece ser hoje orientada pelo ideal"vou dar tudo para que não falte nada". É uma espécieantídoto para o sofrimento?
Iaconelli - Mais recentemente, já dentro da cultura capitalista, temos, a partir dos anos 70, uma mudançamentalidade importante que é neoliberalismo, que aumenta a ideiaque o consumo cura. "O novo iPhone vai trazer felicidade pra mim e vai dar tudo certo".
A medicação resolve: "Não está feliz, toma um remédio".
Toda essa ideia nos empurra para um ideal no qual na vida a gente alcançaria um platôfelicidade e o sofrimento seria contingencial. Isso vai totalmente na contramão da descoberta psicanalítica, o sofrimento não é contingencial. Ele faz parte, é intrínseco à nossa existência, nós somos seres que sabemos que vamos morrer, somos seres que estamos sempre perdendo coisas. Perdemos a infância, os avós, a juventude e, no final, perdemos a vida.
A relação que o ser humano tem com aexistência é diferente dos outros mamíferos, que simplesmente existem. Talvez eles sejam felizes. Nós temos momentosfelicidade,prazer,satisfação,alegria, mas não tem platô.
Então, essa criação dos filhos na atualidade vai caminhando para a ideiaque a gente deveria oferecer para eles a felicidade e arranjar meiosnão fazê-los sofrer.
Isso é um engodo terrível, que tem aumentado os casosdepressão, suicídio, ansiedade, automutilação. São quadros que a gente vê nas crianças hoje,muita hesitaçãorelação à vida adulta. Porque se você não assume o sofrimento, não tem como assumir a vida adulta — que é uma vidaaltos e baixos, como toda vida interessante deveria ser.
Como diria o Contardo Calligaris, quero ter uma vida não feliz, mas interessante, cheiaacontecimentos, bons e ruins.
A falta subjetiva é o que move o desejo, então os pais deveriam oferecer menos para as crianças e permitir que elas aceitem que o sofrimento é parte essencial da existência.