Mpox não é 'nova covid' e pode ser contida, diz especialista da OMS:

Um profissionalsaúde coleta uma amostra no centrotratamentompox do hospital geralreferênciaNyiragongo, ao norte da cidadeGoma, na República Democrática do Congo,16agosto2024

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Ainda há muito a ser aprendido sobre a nova variante da mpox que pode estar se espalhando mais facilmente e causando doenças mais graves, dizem especialistas

A mpox causou a mortepelo menos 450 pessoas na República Democrática do Congo, o antigo Zaire, nos últimos meses,casos ligados à variante clado Ib.

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Ainda há muito a ser aprendido sobre essa nova variante, dizem os especialistas, mas ela pode estar se espalhando mais facilmente e causando doenças mais graves.

Uma variante diferente, a clado II, foi responsável pelo surto2022 que inicialmente afetou a Europa e continua a circularmuitas partes do mundo.

No entanto, segundo Kluge, os especialistas sabem como controlar a mpox, independentemente da variante, por meioaçõessaúde pública e acesso equitativo às vacinas.

O vírus, que causa febre e erupções cutâneas, pode ser transmitido pelo contato direto com lesões na pele, incluindo durante relações sexuais.

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Kluge afirmou que o risco para a populaçãogeral é baixo.

"Vamos entrarlockdown na região europeia da OMS? Isso é outra covid-19? A resposta é claramente: 'não'", disse ele.

"Dois anos atrás, controlamos a mpox na Europa graças ao engajamento direto com as comunidades mais afetadashomens que fazem sexo com homens", destacou o Kluge.

"Em 2022, a mpox nos mostrou que pode se espalhar rapidamente pelo mundo. Podemos e devemos combater a mpox juntos – entre regiões e continentes."

"Vamos optar por implementar os sistemas necessários para controlar e eliminar a mpox globalmente, ou entraremosoutro ciclopânico seguidonegligência?"

O Kluge acrescentou que cercacem novos casos da variante clado II estão sendo relatados mensalmente na região europeia.

Viajantes para áreas afetadas na África foram aconselhados a considerar a vacinação.

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, afirmou que a OMS não está recomendando o usomáscaras.

"Não estamos recomendando a vacinaçãomassa. Estamos recomendando o usovacinassituaçõessurtos para os grupos que estãomaior risco", acrescentou.

OMS: 'Emergênciainteresse global'

Em 14agosto, o ComitêEmergência sobre mpox da OMS anunciou que a doença se tornou uma emergênciasaúde públicainteresse global.

A declaração foi feita por causa da rápida propagação da enfermidade por alguns países da África. O anúncio foi feito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.

Ele informou por meiosua conta no X, antigo Twitter, que equipes estão trabalhando nos países afetados e outrosrisco, "por meionossos escritórios nacionais e regionais", com parceiros, ONGs, sociedade civil e outros órgãos para conter a disseminação da doença.

No Brasil, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir a questão.

Em nota, a pasta disse que pretende atualizar as recomendações e o planocontingência para a mpox no país.

O texto ainda aponta que o governo "acompanha com atenção" a situação da mpox no mundo e monitora informações junto à OMS e outras instituições.

"A avaliação é que o evento apresenta risco baixo neste momento para o Brasil", destacou ao ministério.

Confira a seguir o que se sabe sobre a doença — e as formasprevenção, diagnóstico e tratamento.

Mpox: sintomas, transmissão e tratamento

Os sintomas da mpox iniciais incluem febre, dorescabeça, inchaços, dores nas costas e dores musculares.

Assim que a febre diminui, podem ocorrer erupções na pele. Elas geralmente começam pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, mais comumente nas palmas das mãos e nas solas dos pés.

Esses machucados, que podem causar muita coceira e dor, passam por diferentes estágios antesfinalmente formarem uma crosta, que posteriormente cai.

Essas lesões ainda podem deixar cicatrizes.

A infecção geralmente desaparece sozinha e dura entre 14 e 21 dias.

Em casos graves, as lesões podem atacar todo o corpo, principalmente a boca, os olhos e os órgãos genitais.

A mpox se espalha por meio do contato próximo com alguém infectado — inclusive por meiosexo, contato pele a pele e até conversa ou respiração pertooutra pessoa.

O vírus pode entrar no corpo atravésum ferimento na pele, do trato respiratório ouolhos, nariz ou boca.

O patógeno também pode ser transmitido pelo toqueobjetos contaminados pelo vírus, como roupascama, roupas e toalhas.

Gráfico mostra sintomas e transmissão da mpox

O contato próximo com animais infectados, como macacos, ratos e esquilos, é outro possível caminhocontaminação.

Durante o surto global2022, o vírus se espalhou principalmente por meio do contato sexual.

O atual surto na República Democrática do Congo parece estar relacionado ao contato sexual, mas a doença foi diagnosticadapúblicos diversos.

Os surtosmpox podem ser controlados por meio da prevençãoinfecções — e a melhor maneirafazer isso é com as vacinas.

Existem três imunizantes disponíveis, mas geralmente apenas as pessoasrisco ou que tiveram contato próximo com uma pessoa infectada podem tomá-los.

A OMS não recomenda atualmente a vacinação massiva,populações inteiras.

São necessários mais estudos para saber o nívelproteção das vacinas atuais contra as novas versões do vírus.

A OMS pediu recentemente às farmacêuticas responsáveis por esses imunizantes para que elas fizessem testes mais amplos.

A ideia seria entender se esses produtos podem ser úteis numa situaçãoemergência, mesmo que ainda não tenham sido formalmente aprovados nos países onde podem ser necessários.

Uma terapia desenvolvida para tratar a varíola comum também pode ser útil no tratamento da mpox, mas há pesquisas limitadas sobre a eficácia do remédio.