Por que Brasil importa cadáveres para treinar harmonização facial:bônus betpix

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Por isso, a divulgaçãobônus betpixcursos que usam cadáveres ainda frescos para o treinamentobônus betpixtécnicasbônus betpixharmonização facial (como aplicaçãobônus betpixtoxina botulínica e preenchimento com ácido hialurônico), causou um debate intenso recentemente na rede social Bluesky (que funcionabônus betpixforma semelhante ao X).

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O uso foi considerado algo fútil por muitos usuários da rede. Como faltam corpos para as universidades, mas estão disponíveis para harmonização facial?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que o treinamentobônus betpixcadáveres para estética faz sentido, já que os procedimentos incluem estruturas sensíveis da face.

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Além disso, que os corpos não são provenientes das mesmas fontes das universidades federais — e por isso, os cursos não estariam competindo com elas por recursos.

Nos cursosbônus betpixharmonização facial, não são quaisquer cadáveres, mas sim corpos ainda frescos por terem passado por uma técnicabônus betpixcongelamento logo após o óbito, que foram doadosbônus betpixoutros países e são importados para o Brasil.

Chamadabônus betpix‘fresh frozen’, essa é considerada uma alternativa superior à técnica tradicionalmente usada para conservar os corpos com formol (geralmente usada nas universidades públicas), porque permite preservar mais as características do corpo humano.

Enquanto substâncias químicas como o formol degradam parte das estruturas e diminuem a semelhança com uma pessoa viva, os cadáveres preservados com a técnica fresh frozen ficam praticamente intactos.

Quem opta por doar o corpo para a ciência compreende que essa doação será usada para o estudobônus betpixdiversas áreas da saúde, abrangendo estruturas anatômicas, tecidos e sistemas do corpo humano.

Ao fazer essa escolha, o doador não tem a possibilidadebônus betpixrestringir o usobônus betpixseu corpo a uma disciplina específica, como neurologia, ortopedia ou qualquer outra área.

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A legislação brasileira proíbe a comercializaçãobônus betpixcadáveres e partesbônus betpixcorpos. Por isso, tanto as universidades públicas quanto os cursosbônus betpixcentros privados, como é o caso dos que oferecem treinamento para harmonização facial, o material usado deve ser provenientebônus betpixdoação.

A diferença está no caminho que esses cadáveres fazem até chegar a uma salabônus betpixaula — e também nos custos que isso implica.

As universidades públicas que usam cadáveres para aulas os recebem principalmente por meiobônus betpixdoações voluntárias — quando a pessoa decide aindabônus betpixvida que quer dar aquele destino aos seus restos mortais.

Em casos menos frequentes, indivíduos que morreram sem identificação e que não tiveram seus corpos reclamadosbônus betpixaté 30 dias também podem ter seus corpos encaminhados para instituiçõesbônus betpixensino.

Nos centrosbônus betpixestudo que utilizam a técnicabônus betpixconservação fresh frozen, os corpos são provenientes principalmentebônus betpixdoações nos Estados Unidos ebônus betpixalguns países da Europa, como a Holanda.

Caso o doador decida que não quer que seus restos mortais sejam enviados para um país diferente, ele pode declarar isso na documentação que preenche ao fazer a escolhabônus betpixdoar.

Empresas especializadas são responsáveis por conectar os doadores às instituiçõesbônus betpixensino interessadas que possuem condiçõesbônus betpixcustear os gastos com a importação.

Mas ainda que os cadáveres importados sejam provenientesbônus betpixdoações, o processobônus betpixcongelamento e manutenção dos corpos é caro e exige não só cuidados extensivos durante a importação, mas também um laboratório com câmaras específicas para a preservação.

Isso se torna uma barreira para universidades públicas com fundos limitados. Para os cursos privados, significa que o valor gasto será refletido na matrícula — o que faz com que não seja acessível para todos.

"Se temos dificuldadebônus betpixfazer um programa voluntáriobônus betpixdoação e montar uma estrutura básicabônus betpixrede para receber os corpos e outras tarefas que são bem mais baratas, imagine a importaçãobônus betpixcorpos congelados", disse José Aderval Aragão, coordenador do Programabônus betpixDoação Voluntáriabônus betpixCorpos da UFS (Universidade Federalbônus betpixSergipe),bônus betpixentrevista à BBC News Brasil.

Ricardo Eustáquio da Silva, professorbônus betpixanatomia da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), diz que, na instituição, a possibilidadebônus betpiximportar corpos ‘fresh frozen’ sequer chegou a ser cogitada.

"É uma alternativa muito cara. No passado, países como os Estados Unidos, a Espanha e o Canadá também passaram pela dificuldadebônus betpixnão ter cadáveres suficientes, mas isso foi resolvido com a conscientização da população sobre a importância da utilizaçãobônus betpixmaterial humano para o ensino dos futuros profissionais da área da saúde."

A UFMG (Universidade Federalbônus betpixMinas Gerais) é a única universidade pública no Brasil que dispõebônus betpixcâmaras adequadas para a preservaçãobônus betpixcorpos.

No entanto, os cadáveres utilizados pela instituição são provenientesbônus betpixum programabônus betpixdoação já consolidadobônus betpixMinas Gerais, o que torna desnecessária a importação desses corpos.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, O professor Kennedy Martinez, da UFMG,bônus betpixfrente à câmarabônus betpixcadáveres frescos

O treinamentobônus betpixharmonizaçãobônus betpixcadáveres faz sentido?

"Harmonização facial é uma área que tem crescido exponencialmentebônus betpixtodo o Brasil. E, logicamente, você precisa treinar, se aperfeiçoar e melhorar o máximo possível para que tenha a menor chancebônus betpixerro na horabônus betpixtratar o seu paciente", diz Henrique Barros, presidente da Sociedade Brasileirabônus betpixAnatomia.

"Nenhum boneco ou simulador chega nem perto da veracidadebônus betpixum treinamento com cadáver fresco. Ao fazermos alguns procedimentos, ele ainda pode sangrar, é muito similar a um paciente vivo", complementa.

A legislação atual prevê que harmonização facial pode ser feita por médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos, dentistas especialistas na área (ao menos 500 horasbônus betpixespecialização,bônus betpixacordo com norma do Conselho Federalbônus betpixOdontologia), biomédicos e farmacêuticos — ambos com pós-graduação na áreabônus betpixSaúde Estética reconhecida pelo Ministério da Educação.

''No casobônus betpixprocedimentos cosmiátricos invasivos, apenas profissionais com formaçãobônus betpixMedicina devem realizá-los, uma vez que os mesmos oferecem riscosbônus betpixdanos temporários e permanentes e até óbitos devido às falhas na indicação, na técnica e por aplicaçãobônus betpixprocedimentos realizadabônus betpixmodo inseguro'', diz Heitorbônus betpixSá, presidente da Sociedade Brasileirabônus betpixDermatologia.

Entre as alternativas para os profissionais que estão treinandobônus betpixharmonização facial, destacam-se o usobônus betpixbonecos, modelos digitais 3D, que permitem simulações dos procedimentos, e o oferecimentobônus betpixtratamentos a preçobônus betpixcusto para pacientes que aceitam ser atendidos por profissionais aindabônus betpixformação.

Com cadáveres frescos, defendem os especialistas, o treinamento ajuda os profissionais a terem uma melhor noçãobônus betpixcomo preservar as regiões nobres e evitar lesionar tecidos importantes, como grandes artérias e nervos.

"Embora não seja possível observar o resultado completo, como o inchaço e a resposta inflamatória que ocorrembônus betpixpacientes vivos, cumpre-se o objetivobônus betpixaprender a localizar as camadas e lacunas corretas e prevenir complicações como necrose ou embolia", explica Mohamad Abou Wadi, formadobônus betpixodontologia e parte do Institutobônus betpixTreinamentobônus betpixCadáveres.

A dissecação do cadáver mostra as estruturas anatômicas, como vasos arteriais e venosos, nervos sensitivos, nervos motores e músculos que, se lesados durante qualquer procedimento, podem trazer complicações graves.

"No estudo do cadáver fresco é possível demonstrar o trajeto destas estruturas anatômicas, assim como o planobônus betpixprofundidade onde se encontram. Os vasos arteriais e venosos podem ser injetados com corantes que o destacam, o que permite observar seus trajetos" descreve Sergio Serpa, médico dermatologista da Sociedade Brasileirabônus betpixDermatologia (SBD) e Professorbônus betpixCirurgia Micrográfica da UFRJ (Universidade Federal do Riobônus betpixJaneiro).

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Legenda da foto, Corpos podem ser usadosbônus betpixdiversas áreas da Medicina, geralmente para profissionais que querem aperfeiçoar técnicas cirúrgicas

Quanto custa um curso com cadáver fresco?

O custo dos cursos que utilizam cadáveres ‘fresh frozen’ varia significativamente.

Um cursobônus betpixharmonização facial oferecido por um centro chamado HAC (Human Anatomy Center), localizadobônus betpixBauru e Alphaville (ambas localizações próximas à cidadebônus betpixSão Paulo), que inclui módulos que passam por temas como teoria e práticabônus betpixanatomiabônus betpixcabeça e pescoço, técnicas anestésicas, histofisiologia (estudo da estrutura e função dos tecidos), toxina botulínica e mais, custa R$1.500.

Mas o corpo — ou apenas partes dele — pode ser utilizadobônus betpixdiversas áreas da Medicina, da Ortopedia à Neurologia, geralmente para profissionais já graduados que querem aperfeiçoar técnicas cirúrgicas.

"A peça anatômica é apenas um material didático, e o valor final pode ser influenciado também pelo prestígio da instituição e o renome do professor que irá ensinar a técnica. Em alguns casos, a indústria patrocina cursos para médicos, por exemplo, como formabônus betpixdivulgar novas técnicas. Considerando esses fatores, os valores podem variarbônus betpixR$ 3 mil a R$ 15 mil", diz Mohamad Abou Wadi.

Após os treinamentos, conta Wadi, o corpo passa por dissecação para que os profissionais possam analisar erros e acertos, o que contribui para o aprendizado.

"Essa sequênciabônus betpixuso maximiza o aproveitamento da peça, que só depois desse processo completo é destinado à incineração."

A culturabônus betpixdoaçãobônus betpixcorpos

O Brasil ainda tem um caminho longo até que cadáveres se tornem materiais didáticos acessíveis para profissionaisbônus betpixsaúdebônus betpixformaçãobônus betpixdiferentes áreas.

"No Brasil, já é muito difícil incentivar as pessoas a doarem sangue ou órgãos, e a doaçãobônus betpixcorpos é ainda mais complicada. É importante ressaltar a importânciabônus betpixas pessoas se preocuparembônus betpixdoar porque reflete diretamente na formação dos futuros profissionais", diz o presidente da Sociedade Brasileirabônus betpixAnatomia.

Quando não há cadáveres suficientes para a dissecção, professores buscam as opções mais próximas para oferecer uma experiência mais fiel nas aulasbônus betpixanatomia.

"A práticabônus betpixdissecação, que é primordial para a anatomia topográfica, fica deficitáriabônus betpixnossas aulas. Temos alguns modelos sintéticos e usamos peças cadavéricas", afirmou Célia Reginabônus betpixGodoy Gomes, professorabônus betpixAnatomia Humana do Departamentobônus betpixCiências Morfológicas da Universidade Estadualbônus betpixMaringá (UEM),bônus betpixreportagem da BBC publicada no ano passado.

Quem deseja doar seu corpo especificamente para finsbônus betpixestudo pode se registrar aindabônus betpixvidabônus betpixprogramas do tipo mantidos por universidades ou informar parentes sobre seu desejobônus betpixparticipar para que eles façam a doação.

Um levantamento aindabônus betpixandamento feito pela professora Andrea Oxley, da Universidade Federalbônus betpixCiências da Saúdebônus betpixPorto Alegre (UFCSPA) aponta que existem hoje 41 destes programas no Brasil.

"Ainda não temos certeza que este é o número final”, diz Oxley.

“É pouco para a quantidadebônus betpixinstituições com cursos da áreabônus betpixSaúde, mas, se observarmos que a maioria surgiu nos últimos anos, considero que é um dado positivo.”

Esses programas são considerados hoje a melhor formabônus betpixsuprir a escassezbônus betpixcadáveres, mas professoresbônus betpixMedicina ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o númerobônus betpixdoações ainda é baixo. Nos primeiros cinco anos do programabônus betpixdoaçõesbônus betpixcorpos da Universidade Federal do Espírito Santo, por exemplo, apenas seis cadáveres foram doados.

Para muitas universidades, o desafiobônus betpixtornar seus programas conhecidos — e bem aceitos — entre a população local continua.