O trauma devastadorbetboo 021quem teve imagem usadabetboo 021'deepfakes' pornôs:betboo 021
No filme, ela aparece vendo fotosbetboo 021si mesma quando tinha entre 19 e 32 anos, sorrindobetboo 021casamentos, eventos familiares e quando estava grávida.
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Essas são as imagens que foram editadas digitalmente e incluídas sobre fotosbetboo 021mulheresbetboo 021cenas sexualmente explícitas e violentas.
"Eu precisava ver as fotos com meus próprios olhos", diz ela no documentário, falando direto para a câmera. Isso faz com que o público se sinta partebetboo 021uma conversa desconfortável.
"Tem uma mulher, ela está sentada na beira da cama, ela tem meu rosto, mas não é minha boca, ela está [fazendo um ato sexual]… a pele dela é muito mais bronzeada do que a minha, e essa mulher tem exatamente a minha tatuagem."
"Ela está olhando para algum texto... um convite para humilhar a pessoa na foto, que sou eu."
No texto, Helen é descrita como "My Blonde GF", algo como "minha namorada loura", que acabou virando o título do documentário.
Violência à distância
Morris diz à BBC que queria explorar o impacto que as imagens tiveram sobre Helen, incluindo pesadelos recorrentes e paranoia.
No filme, Helen afirma que muitas vezes se sente como se "as pessoas na ruabetboo 021alguma forma soubessem a respeito das fotos e soubessem desse segredo horrível sobre mim, quebetboo 021repente parecia meu segredo horrível".
Esta não é a primeira vez que ela fala sobre isso, e já houve outros documentários sobre pornografia deepfake — então o que faz do filmebetboo 021Morris diferente?
"Meu filme não dá notoridade aos criminosos — não estou interessada na cabeça das pessoas que fizeram aquilo", diz a diretora.
"Meu principal objetivo era fazer o espectador caminhar ao ladobetboo 021Helen nesta história."
"O que me impressionou quando conheci Helen foi que é possível violentar alguém sexualmente sem entrarbetboo 021contato físico com ela", afirma ela.
"Foi isso que me motivou."
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O traumabetboo 021ser usado para pornografia deepfake é muito real. "O impacto pode ser devastador e destruir vidas", diz à BBC Clare McGlynn, professora da Universidadebetboo 021Durham, no Reino Unido, especialistabetboo 021abuso sexual baseadobetboo 021imagens.
"Muitas vítimas descrevem uma formabetboo 021'ruptura social', na qual suas vidas são divididas entre 'antes' e 'depois' do abuso, e o abuso afeta todos os aspectosbetboo 021suas vidas, profissional, pessoal, econômica,betboo 021saúde, bem-estar."
Helen diz no filme que a "sensação foibetboo 021que eram imagens reais, e é difícil explicar para alguém que não viu isso acontecer com suas próprias fotos, como é realmente — não fizeram nada comigo".
"Mas plantaram todas essas coisas na minha cabeça, essas fotos, não consigo esquecer nenhuma das imagens. Também não consigo ver as imagens perfeitamente inalteradas da mesma maneira."
"Agora eu olho para aquela foto [uma imagem delabetboo 021vestido], e se eu a vissebetboo 021forma independente, sinto que é a fotobetboo 021um ataque."
Morris fala sobre o impacto das imagensbetboo 021Helen.
"O aspecto mais perturbador é que não acho que você consiga separar a imagem da memória com muita facilidade, como as fotografias. Tipo, se você olhar para trás, não sabe se lembrou do momento ou se lembrou da fotografia daquele momento."
"Então, o que aconteceu com Helen é que essas imagens, que estão ligadas a memórias, foram reapropriadas, e praticamente plantaram essas memórias falsas, chamadasbetboo 021fake, na cabeça dela. E você não pode mesmo medir esse trauma."
"É como ser atacado psicologicamente por isso, tem a ver com o apego emocional à imagem original."
Erika Rackley, professora da Kent Law School, no Reino Unido, contou à BBC que ela e alguns colegas entrevistaram há alguns anos vítimasbetboo 021abuso sexual baseadobetboo 021imagens.
"Uma delas comentou no contexto dos deepfakes que a foto 'ainda era uma foto dela... ainda é um abuso'", diz ela.
Um relatóriobetboo 0212019 da Sensity AI, empresa que monitora deepfakes, descobriu que 96% eram imagens sexuais não consensuais — e, destas, 99% erambetboo 021mulheres.
McGlynn concorda. "As mulheres são muito mais propensas a sofrer esse abuso, e os autores são principalmente homens."
"A sociedade não tem um bom históricobetboo 021levar a sério os crimes contra as mulheres, e esse também é o caso da pornografia deepfake. O abuso online costuma ser minimizado e banalizado."
Helen também falabetboo 021My Blonde GF sobre a inimaginável preocupaçãobetboo 021não saber quem criou as imagens.
"Em cada uma dessas fotos, são meus olhos olhando para a câmera", diz ela.
"Mas apesarbetboo 021tudo, essa pessoa, esse criadorbetboo 021perfil, esse acumuladorbetboo 021imagens não tem rosto."
Ela ficou ainda mais horrorizada quando descobriu que a polícia não podia fazer nada para processar quem quer que havia feito as imagens.
Eles disseram a ela que não havia nada que poderiam fazer, uma vez que nenhum crime havia sido cometido. Não é ilegal fazer imagens deepfake.
No Reino Unido, a lei na Escócia já permite que a polícia investigue, mas a atual legislação na Inglaterra e no Paísbetboo 021Gales, não.
O Projetobetboo 021Leibetboo 021Segurança Online, que está atualmente sendo analisado na Câmara dos Lordes, prevê tornar ilegal o compartilhamento não consensualbetboo 021imagens pornográficas deepfake.
McGlynn diz que "as mudanças incluídas no projetobetboo 021lei são há muito tempo esperadas" — mas para que seja realmente eficaz, "precisa nomear a violência online contra mulheres e meninas como um problema prioritário, e incluir medidas para garantir que as plataformasbetboo 021internet levem esses abusos a sério".
O Departamentobetboo 021Ciência, Inovação e Tecnologia, responsável pelo projetobetboo 021lei, informou à BBC que o mesmo deve se tornar lei neste ano.
Morris conclui que está "tentando fazer perguntas" com seu filme.
"Não tenho soluções, mas realmente sinto que é algo que precisamos prestar atenção."
Ela diz ainda que a importância dos documentários não pode ser subestimada.
"Acho que eles abrem uma janela para a vidabetboo 021outras pessoas."
"Sinto que agora, por causa das redes sociais, estamos tão envolvidos com nossa própria experiência ebetboo 021como nos representamos."
"É muito importante pensarbetboo 021como as outras pessoas vivem e sentem o mundo."