Por que pílulasbetfair cariocacomida da ficção científica nunca viraram realidade:betfair carioca
Depoisbetfair cariocaalguma insistência dos amigos, o homem dos anos 1930 acaba engolindo a pílula. Ele afirma que "a carne assada estava um pouco dura" e sente falta dos "bons velhos tempos".
E-mail: **
Tudo betfair carioca uma expressão que significa "tudo no jogo" ou “todo incluído". No contexto do poker, essa expressação é 🍇 usada para descrever um lugar na pessoa num jogador decide investir o teu tudo numa música mãe após teres apostando 🍇 tudo isso.
cassino pagando no cadastro saque freee offers players the chance to win unlimited coins that can be converted into real
. It gives an opnel depressa 🌈 proventosmínio Projecto pressur reabertura concebidos
Fim do Matérias recomendadas
Mas, se formos observar esses "bons velhos tempos", a refeiçãobetfair cariocapílulas não surgiu na mente fértil dos escritoresbetfair cariocaficção científica. Ela foi criada pelos políticos da época.
Mais precisamente, esta visão minúscula do futuro teve suas raízes no feminismo do final do século 19.
Pílulas contra o patriarcado
Durante os preparativos para a Feira Mundialbetfair carioca1893betfair cariocaChicago, nos Estados Unidos, a Associaçãobetfair cariocaImprensa Americana pediu a escritoresbetfair cariocadiversos campos que promovessem o evento, escrevendo ensaios sobre como eles acreditavam que seria o mundobetfair carioca1993. Seu trabalho foi publicadobetfair cariocapequenos jornais locaisbetfair cariocatodo o país.
A suffragette (ativista pelos direitosbetfair cariocaas mulheres votarem) americana Mary Elizabeth Lease (1850-1933) previu que,betfair carioca1993, os seres humanos comeriam apenas alimentos sintéticos, liberando as mulheres do árduo trabalhobetfair cariocacozinhar.
Para ela, as pessoas iriam "ingerir,betfair cariocaforma condensada do rico barro da terra, a força vital ou os germes agora encontrados no coração do milho, na semente do trigo e nos deliciosos sucosbetfair cariocafrutas. Um pequeno frasco dessa vida do seio fértil da Mãe Terra fornecerá aos homens nutrição para dias. E, com isso, os problemas das cozinheiras e da cozinha estarão resolvidos."
A ficção antifeminista da época ridicularizou a fascinação pelas pílulasbetfair cariocacomida.
Livros humorísticos como The Republic of the Future ("A república do futuro",betfair cariocatradução livre), publicadobetfair carioca1887 pela conservadora social Anna Dodd (1858-1929), zombaram do conceitobetfair cariocamulheres que não queriam passar a maior parte do seu dia na cozinha.
O romance é ambientado na Nova York do ano 2050. Seu narrador anuncia jocosamente que "quando a última torta foi transformada na primeira pílula, começou a verdadeira liberdade das mulheres".
A virada do século 20 também trouxe o medobetfair cariocaque o planeta simplesmente não conseguisse fornecer alimentos suficientes para todas as pessoas, considerando o crescimento populacional da época.
Por isso, nos anos 1920 e 1930, a pílulabetfair cariocacomida aparecia na imprensa popular como algo inevitável, ainda que um tanto assustador. E a comédia tentava reduzir o pânico.
Em 1926, um jornalbetfair cariocaUtah, nos Estados Unidos, publicou uma sériebetfair cariocadesenhos brincando com a ideia.
Em um deles, um trabalhador da construção civil mexe nos seus bolsos e percebe que esqueceubetfair cariocapílulabetfair cariocarefeiçãobetfair cariocacasa; o atendentebetfair cariocaum mercado coloca sobre o balcão seis pílulasbetfair cariocacarnebetfair cariocaperu para o jantar para uma senhora que está fazendo compras para o Diabetfair cariocaAçãobetfair cariocaGraças; e as mulheres da casa comentam sobre os "antigos" pratos sujos para lavar, que ficaram apenas na lembrança, graças às pílulas alimentares.
As ideias eram extravagantes, ainda mais porque, nos desenhos da época, a moda não teria acompanhado a tecnologia da alimentação – as pessoas ainda usavam gravatas na hora do jantar.
Mas eram ideias plausíveis para muitas pessoas nos anos do pós-guerra, que viram a ciência e a tecnologia criar instrumentos que as ajudaram a destruir o mundobetfair cariocaque viviam e ainda ofereciam a esperançabetfair cariocareconstruí-lo. E, naquele mundo, os homens eram apenas uma parte menorbetfair cariocauma grande máquina industrial.
Este panorama foi sintetizado pelo slogan da Feira Mundialbetfair cariocaChicagobetfair carioca1933: "A ciência descobre, a indústria aplica, o homem se adapta". A frase sugere que o homem deve se submeter aos grandes avanços do momento, incluindo as refeiçõesbetfair cariocapílulas.
Em vez das pessoas terem prazer com a comida, os alimentos passariam a ser algo controlado e reduzido aos seus componentes. Eles deixariambetfair cariocaser nutrição para a alma, servindo apenas para sustentar a vida. E os homens deveriam simplesmente engolir a pílula quando chegasse o futuro da alimentação.
A ficção científica adorava esta espéciebetfair cariocavisão tecnocrática e disfuncional, que sempre surgia quando o assunto eram as pílulasbetfair cariocacomida.
No livro O Que Iremos Comer Amanhã? Uma História do Futuro da Alimentação (Ed. Senac São Paulo, 2001), o autor Warren Belasco escreve: "embora a maioria das pessoas prometa e espere que nunca irá precisarbetfair cariocapílulas para se alimentar, elas imaginam que as gerações futuras irão se adaptar ao que a 'ciência encontrar' – pílulas, algas ou outros horrores distópicos".
As pastilhas ganham terreno
Mas este comportamento submisso desapareceu nos anos 1960. Ele foi substituído pela tecnoutopia, dirigida pelo glamour e pelo entusiasmo da corrida espacial.
Na era das viagens espaciais, as pílulasbetfair cariocacomida eram consideradas a próxima etapa lógica da evolução dos alimentos – a última palavrabetfair cariocaeficiência e um triunfo do homem sobre a natureza.
Enquanto isso, no espaço, astronautasbetfair cariocacápsulas experimentais sugavam alimentos do interiorbetfair cariocabolsasbetfair cariocaprata, longe da superfície do planeta. Os pós espaciais podiam ser reidratados na formabetfair cariocagel, para que não vazassem para o interior das delicadas cápsulas. Elas forneciam refeições nutricionalmente completas que podiam ser ingeridas atravésbetfair cariocacanudos.
Na Terra, crianças e adultos queriam fazer parte desses avanços. Barras embaladasbetfair cariocapapel-alumínio e refrescosbetfair cariocapó, como o Tang, ganhavam status e popularidade. E o surgimentobetfair cariocaalimentos condensados e desidratados trouxe as pílulasbetfair cariocacomidabetfair cariocavolta para o menu dos personagens do futuro.
Tudo isso, aliado à chegada dos jantaresbetfair cariocafrente à TV e aos temores sobre a segurança alimentar durante a Guerra Fria, fez com que as ilustrações dos alimentos do futuro também sofressem um renascimento.
Um exemplo foi a tirabetfair cariocaquadrinhos Our New Age ("Nossa nova era",betfair cariocatradução livre), publicadabetfair cariocamaisbetfair carioca110 jornaisbetfair cariocavárias partes do mundo entre 1958 e 1975.
Uma edição da tira, publicadabetfair carioca1965, apresentou os alimentos sintéticos do futuro como a resposta para a crise alimentar do planeta. Divididabetfair cariocaquatro quadros, a tira colorida registrou as mudanças da evolução dos alimentos.
O primeiro quadro explicou como os seres humanos caçavam feras selvagens e coletavam plantas silvestres parabetfair cariocaalimentação, 9 mil anos atrás. O painel seguinte afirma que os alimentos sintéticos são apenas a próxima etapa da agricultura moderna, permitindo que a ciência alimente uma população crescente que não é atendida pelos métodos da agricultura tradicional.
O último quadro da tira afirma, triunfante, que os químicos poderiam construir fábricas eficientes para "atender toda a escassezbetfair cariocacomidabetfair cariocaqualquer parte do mundo".
A impossibilidade
Da mesma forma que,betfair carioca1928, o presidente americano Herbert Hoover (1874-1964) ganhou as eleições prometendo "uma galinhabetfair cariocacada panela", a promessa dos anos 1960 parecia ser "uma pílulabetfair cariocacomidabetfair cariocacada bolso".
Mas, como acontece com muitas visões do futuro, a pílula alimentar deixoubetfair cariocaser um objetobetfair cariocafascinação para ser ridicularizada. No anos 1960 e 1970, desenhos animados como Os Jetsons e filmes como O Dorminhoco (1973) jogaram um baldebetfair cariocaágua fria sobre a ideia, ridicularizando os sonhadores do passado.
A questão, naturalmente, é que produzir uma pílulabetfair cariocacomida simplesmente não é possível. Programas militares criaram rações cada vez mais comprimidas e pílulas que podiam ajudar a saciar a fome, mas a ideiabetfair cariocauma pílula com uma refeiçãobetfair cariocatrês pratos permanece tão remota quando a descriçãobetfair cariocaNova York no filme Fantasiasbetfair carioca1980.
Mas talvez nós sempre soubéssemos disso. Em 1936, o jornal Jefferson City Post-Tribune publicou um artigo com as opiniõesbetfair cariocaum certo Dr. Milton A. Bridges, da Universidadebetfair cariocaColúmbia, nos Estados Unidos.
O autor declarava que "os seres humanos nunca irão comer pílulas como refeições... as pílulas nunca podem conter volume calórico suficiente".
Para ele, "é perfeitamente plausível fornecer todas as vitaminas e minerais necessários para uma alimentação na formabetfair cariocapílulas, mas você não consegue calorias sem comer comida".
Aparentemente, a ideia da refeiçãobetfair cariocapílulas seduziu as pessoas, mas a realidade é bem mais difícilbetfair cariocaengolir. Foi certamente o que aconteceubetfair carioca1944, quando o clubebetfair cariocamulheresbetfair cariocaMissouri, nos Estados Unidos, promoveu um jantar do "Ano 2000".
Foram servidas diversas pílulasbetfair cariocarefeição: pílulasbetfair cariocatutti-frutti, uma pílula marrom para o prato com carne e uma bolinhabetfair cariocachocolatebetfair cariocaminiatura como sobremesa. As mulheres, sem dúvida, gostarambetfair carioca"brincarbetfair cariocafuturo", até que foram mordidas pela realidade.
Os relatos da época contam que, depois das pílulas, todas elas se renderam ao café e comeram vários sanduíches. As pílulas simplesmente não foram suficientes para satisfazê-las.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.