Como vigilância dos empregados está se voltando contra empregadores:b2xbet apostas
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Fim do Matérias recomendadas
Com o aumento do trabalho remoto, houve um pico do monitoramento no ambienteb2xbet apostastrabalho. Estimativasb2xbet apostas2022 indicam que o númerob2xbet apostasgrandes empresas que monitoram seus funcionários dobrou desde o início da pandemia.
Existem programasb2xbet apostasmonitoramento que registram os toques nas teclas ou rastreiam a atividade do computador com capturas periódicasb2xbet apostastela. Outros programas gravam as ligações ou reuniões e até têm acesso às webcams dos funcionários.
Ou, como no casob2xbet apostasMark, alguns programas permitem total acesso remoto aos sistemas dos funcionários.
Independentemente da forma como os profissionais são monitorados, muitas empresas adotam o monitoramento porque acreditam que ele garante a produtividade dos funcionários remotos, segundo a professora Karen Levy, do Departamentob2xbet apostasCiências da Informação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Ela é autorab2xbet apostasData Driven: Truckers, Technology and the New Workplace Surveillance ("Guiado pelos dados: motoristas, tecnologia e a nova supervisão do ambienteb2xbet apostastrabalho",b2xbet apostastradução livre).
Mas,b2xbet apostasmeio ao pico do monitoramento, existem cada vez mais evidênciasb2xbet apostasque a supervisão eletrônica pode,b2xbet apostasalguns casos, fazer mais mal do que bem. Os funcionários se irritam com a supervisão, que pode gerar estresse, causar demissõesb2xbet apostasfuncionários e até fazer com que os profissionais diminuam a qualidade do seu trabalho –b2xbet apostaspropósito.
Mais profissionais sendo observados
Um estudob2xbet apostas2021 da ferramentab2xbet apostassegurança na internet Express VPN, entre 2 mil empregadores e 2 mil profissionaisb2xbet apostastrabalho remoto oub2xbet apostasesquema híbrido, demonstrou que cercab2xbet apostas80% dos patrões usam softwareb2xbet apostasmonitoramento.
"Os gerentes estão cada vez mais interessados no usob2xbet apostassoftware para monitorar os teclados, as atividades e a atenção dos funcionáriosb2xbet apostasformas novas", afirma Levy.
Ela acrescenta que alguns gerentes estão até "coletando dados mais específicos sobre as comunicações dos profissionais – já que muito mais comunicações são feitas nos canais digitais do que pessoalmente – e sobre seus corpos, com tecnologias vestíveis (como pulseiras, anéis ou peçasb2xbet apostasroupa) e biometria".
Algumas companhias instalaram, por exemplo, relógios que escaneiam a impressão digital dos funcionários para registrar seus horáriosb2xbet apostassaída eb2xbet apostasentrada. Outras usam webcams para coletar dados sobre o movimento dos olhos, que são utilizados para acompanhar a atenção dos funcionários.
Ainda outras empresas, segundo Levy, não estão apenas assistindo ao que os funcionários estão fazendob2xbet apostasum dado momento, mas também usando essas informações para prever, atravésb2xbet apostassoftwares analíticos, se "um profissional mostra disposição para pedir um aumento ou sair para outro emprego".
Um software que monitora o históricob2xbet apostasbuscas dos funcionários e até suas redes sociais pode revelar se eles estão procurando emprego e rastreadores que capturam sinais como o tomb2xbet apostasvoz podem indicar o nívelb2xbet apostascomprometimento dos profissionais.
Nem todas as empresas que vigiam seus funcionários estão implementando essa vigilância por desconfiança. Algumas precisam fazê-lo, segundo Levy, "por razõesb2xbet apostassegurança ou para atender a leis ou regulamentosb2xbet apostasalguns setores". Mas a maioria usa esses programas por opção.
"Muitas vezes, os gerentes pensam que saber mais sobre o que os funcionários estão fazendo é útil para tomar decisões, eliminar desperdícios ou forçar os profissionais a cumprir com os objetivos da empresa", afirma Levy. E alguns patrões simplesmente querem saber o que os seus funcionários estão dispostos a fazer.
A pesquisa Índiceb2xbet apostasTendências do Trabalhob2xbet apostas2022 da Microsoft demonstrou que 85% dos líderes têm dificuldade para acreditar que seus funcionários estão sendo produtivos. E,b2xbet apostasfato, a "paranoia da produtividade" tornou-se uma questão importante na era da pandemia.
David Welsh, professor da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, pesquisa a éticab2xbet apostascomportamento e das organizações. Ele observa que as empresas, muitas vezes, adotam uma estratégia maximalista sobre o monitoramento dos funcionários.
"Elas pensam 'mais, mais e mais, vamos usar todas as ferramentas à nossa disposição'", ele conta. "Elas querem ter o máximob2xbet apostascontrole possível. E, claro, para os funcionários, esse controle muitas vezes pode parecer opressivo."
Preferência pela privacidade
Dadosb2xbet apostaspesquisas indicam que vigiar os funcionários, muitas vezes, é contraproducente. Welsh e uma equipeb2xbet apostaspesquisadores defendem que o monitoramento pode tornar os funcionários mais propensos a desrespeitar regras.
Em um estudo, ele e seus colegas descobriram que profissionais americanos que estavam sob vigilância faziam mais intervalos sem aprovação, trabalhavam intencionalmenteb2xbet apostasforma mais lenta e roubavam mais materialb2xbet apostasescritório do que seus companheiros não monitorados.
Para determinar as causas e não apenas a correlação, a equipe idealizou um segundo estudo, no qual os profissionais recebem uma sérieb2xbet apostastarefas e a oportunidadeb2xbet apostastrapacear nelas. E a conclusão foi que a metade que sabia que estava sob vigilância era mais propensa a trapacear.
O monitoramento fez com que os participantes sentissem faltab2xbet apostaspoder e responsabilidade, segundo Welsh, o que levava ao mau comportamento.
Eles apresentaram maior probabilidadeb2xbet apostastrapacear enquanto eram observados porque "sentiam que estavam sendo controlados e tinham menos sensob2xbet apostasresponsabilidade pessoal devido à formab2xbet apostasque estavam sendo monitorados", afirma ele.
Trata-seb2xbet apostasum fenômeno difícilb2xbet apostasquantificar, masb2xbet apostascompreensão é mais direta: quando os profissionais não são tratados com dignidade e não têm autonomia, eles sofrem. E, muitas vezes, eles subvertem as regras do ambienteb2xbet apostastrabalho para conseguirb2xbet apostasvolta a sensaçãob2xbet apostascontrole.
Welsh também afirma ter confirmado "essa ideia pouco intuitivab2xbet apostasque o monitoramento pode realmente levar as pessoas a desrespeitar mais as regras sob certas circunstâncias ou criar os mesmos tiposb2xbet apostascomportamento que se pretendia evitar".
O pesquisador Rudolf Siegel, da Universidade do Sarre, na Alemanha, e um dos autoresb2xbet apostasuma recente meta-análise sobre os efeitos do monitoramento eletrônico, afirma que "o que realmente foi surpreendente é que não encontramos efeitos positivos sobre o desempenho". Em outras palavras, os dados demonstraram que monitorar os funcionários não trouxe benefícios e, pelo contrário, prejudicou a cultura do ambienteb2xbet apostastrabalho e estimulou o comportamento contraproducente.
Os profissionais que foram observados contra ab2xbet apostasvontade podem também se dedicar com mais energia à buscab2xbet apostasformas criativasb2xbet apostassubverter os próprios controles impostos pelos empregadores. Siegel relembra um casob2xbet apostasum motoristab2xbet apostascaminhão com GPS que usou folhab2xbet apostasflandres para cobrir a antena do sistemab2xbet apostasrastreamento.
Em outro caso no campo da automação, funcionários sendo monitorados eram mais propensos a chutar ou golpear os robôs que usavam no trabalho.
"Ser observado todo o tempo aumenta nossos níveisb2xbet apostasestresse e afeta nosso sensob2xbet apostasautonomia e dignidade", afirma Levy. "Por isso, os gerentes que exageram no monitoramento dos funcionários podem também fazer com que as pessoas saiamb2xbet apostasbuscab2xbet apostasambientesb2xbet apostastrabalho onde se sintam mais respeitadas."
Em busca da melhor formab2xbet apostasobservar
É importante salientar que o monitoramento não é objetivamente ruimb2xbet apostastodos os casos. Ele também traz benefícios.
Alguns dados demonstram, por exemplo, que ser observado pode aumentar o desempenho e a produtividade. Mas os efeitos podem variar conforme os cargos e os profissionais. E os resultados, muitas vezes, variamb2xbet apostasacordo com a formab2xbet apostasque os empregadores introduzem essas tecnologias.
Para Karen Levy, os problemas reais surgem quando o monitoramento iniciadob2xbet apostasforma racional ou até benéfica começa lentamente a mudarb2xbet apostasterritório.
"A questão, muitas vezes, é que, quando você está monitorando alguém por alguma razão, é muito fácil acrescentar outras motivações", explica ela. "Por exemplo, se você precisa fazer algum tipob2xbet apostasmonitoramento exigido por lei, fica fácil justificar o aumento da supervisão e análise do desempenho dos funcionáriosb2xbet apostasnome da produtividade ou da eficiência, porque, muitas vezes, você pode usar a mesma tecnologia para fazer as duas coisas."
E não é surpresa que os funcionários não fiquem muito felizes quando as empresas ultrapassam seus limites, o que pode levá-los a sair desses empregos monitorados.
Uma pesquisa da empresa Morning Consult entre 750 profissionais do setorb2xbet apostastecnologia demonstroub2xbet apostas2022 que metade deles prefere pedir demissão do que ser monitorado pelo empregador durante a jornadab2xbet apostastrabalho.
Levy acredita que alguns empregadores se dão conta desse risco e interrompem o monitoramento.
"Acho que os empregadores, mesmo que ajam no melhor dos interesses, podem decidir limitar o monitoramento para tornar seus ambientesb2xbet apostastrabalho mais atraentes para profissionaisb2xbet apostasalta demanda,b2xbet apostasforma que as pessoas queiram permanecer nos seus empregos por longos períodosb2xbet apostastempo", afirma ela.
Pode também haver formasb2xbet apostasfazer com que o monitoramento seja uma experiência menos questionável para os funcionários. Se os empregadores forem transparentes e se anteciparem sobre a necessidade e os propósitos do monitoramento, os estudosb2xbet apostasSpiegel e Welsh demonstram que os efeitos negativos são muito reduzidos.
David Welsh explica que, quando funcionários sentem que "estão sendo tratados com justiça pela organização", eles têm menos probabilidadeb2xbet apostastrapacear.
"Por isso, se você estiver sendo monitorado, mas pensar 'estou trabalhandob2xbet apostasuma empresa justa, eles agem corretamente', você não tem essa reação negativa... [os funcionários] querem ter líderes que sejam éticos e os tratem bem", afirma ele.
Existem, portanto, formasb2xbet apostassaber o que as pessoas estão dispostas a fazer sem alienar os funcionários.
"Um bom lugar para começar é trazer os profissionais,b2xbet apostasforma significativa, para o processob2xbet apostasdeterminaçãob2xbet apostasqual tecnologia será usada, como serão tratados os dados coletados, quem terá acesso a esses dados e realmente analisar como a tecnologia pode ajudar os funcionários a realizar o seu trabalho,b2xbet apostasvezb2xbet apostasservirb2xbet apostasameaça ou ferramentab2xbet apostaspoliciamento", segundo ela.
Em alguns casos, aumentar a comunicação já pode ser suficiente para ajudar patrões e empregados a encontrar um bom meio-termo.
Quando Mark chegou ao limite com a vigilância do seu patrão, ele disparou um longo email explicando o que fez com que aquilo fosse tão prejudicial. Ele estava preparado para uma reação negativa à crítica, mas decidiu que seria melhor ter um chefe zangado do que ser observado.
Mark ficou aliviado quando seu patrão se mostrou disposto a encontrar uma solução.
"Eu propus que enviássemos a ele um relatório por email no finalb2xbet apostascada dia, informando o que fizemos, o que planejamos fazer no dia seguinte e eventuais problemas", ele conta. "Ele respondeu dizendo que só olhava para a tela ocasionalmente, que não sabia que aquilo era um problema e concordou com a minha proposta."
O resultado é que, enquanto Mark e seus colegas estavam estressados e agitados, o patrão não havia notado. Bastou a comunicação aberta, não a vigilância oculta, para resolver a questão.
É claro que muitas pessoas trabalham com líderesb2xbet apostasempresas que seriam muito menos abertos a este tipob2xbet apostascrítica – e alguns profissionais podem não ter outras opções. Mas Levy afirma que seus líderes fariam bem se ouvissem essas preocupações.
"Mesmo se eles não desistirem totalmente do monitoramento", afirma ela, "existem formasb2xbet apostasimplementar essas ferramentas com mais respeito pelos profissionais."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.
- Texto originalmente publicadob2xbet apostashttp://vesser.net/articles/c4n08l9wzqdo