De câncer a gripe, as doenças na mirabet io appnovas vacinasbet io appmRNA após covid:bet io app

Mão segurando ampolabet io appvacina

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vacinasbet io appmRNA surgiram na busca por combater o câncer, mas foram adaptadas a doenças infecciosas

Mas, para chegarmos a esses detalhes, é preciso antes entender um dos processos mais fundamentais da nossa própria biologia.

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Introdução:no contexto atual, é cada vez mais necessário que nossos sistemas educacionais preparem os indivíduos bet io app maneira adequada para o mundo profissional. Uma forma bet io app alcançar esse objetivo é através da implementação bet io app um modelo bet io app educação baseada bet io app {k0} competências. Neste artigo, abordaremos a importância desse modelo educacional e como ele pode ser benéfico para o sistema educacional brasileiro.

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Aeducação baseada bet io app {k0} competênciasé um modelo educacional que (i) destaca as habilidades, conhecimentos, atributos e comportamentos necessários para que um indivíduo execute uma tarefa ou atividade com sucesso bet io app {k0} um determinado emprego e (ii) coloca ênfase no desenvolvimento bet io app habilidades gerais, como pensamento crítico, tomada bet io app decisões e resolução bet io app problemas. Em outras palavras, é um modelos que vai além da simples transmissão bet io app conhecimentos e estimula o crescimento e desenvolvimento integral dos alunos.

A competência: uma questão imprescindível nos dias atuais

Uma competência é a combinação bet io app habilidades, conhecimentos, atributos e comportamentos necessários para o desempenho bet io app uma tarefa ou atividade específica. No contexto atual, saber “fazer” é tão importante quanto “saber”. A capacidade bet io app um indivíduo bet io app {k0} demonstrar competência, ou seja, bet io app {k0} aplicar conhecimentos teóricos adquiridos bet io app {k0} situações reais, é um diferencial nas carreiras profissionais.

Por que a Educação Baseada bet io app {k0} Competências no Brasil?

Implementar um sistema bet io app educação baseada bet io app {k0} competências no Brasil pode trazer muitos benefícios ao sistema atual, entre eles:

  • Alinhamento com a demanda do mercado bet io app trabalho
  • Desenvolvimento bet io app skills gerais
  • Aprendizagem centrada no aluno
  • Avaliação continua e formativa
  • Melhoria na tomada bet io app decisões educacionais

Considerações finais enext passos

A implementação bet io app um sistema bet io app educação baseada bet io app {k0} competências no Brasil pode ser benéfico para o sistema atual, garantindo que os alunos desenvolvam as skills necessárias para o mercado bet io app trabalho e sejam cidadãos ativos e participativos na sociedade. A chave para o sucesso está bet io app {k0} uma boa gestão dessa transição, prestando atenção aos desafios que podem surgir no caminho.

A competência é hoje uma questão imprescindível e contar com um sistema educacional que a promova é uma garantia bet io app maiores oportunidades e melhores condições a serem oferecidas ao longo da vida. No Brasil, investir bet io app {k0} essa mudança será um marco importante rumo a um futuro cada vez mais competitivo e promissor.

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Mini-impressoras dentrobet io appnós

Com exceçãobet io appóvulos e espermatozoides, todas as células do nosso corpo carregam dentro do núcleo o genoma completo, o DNA.

Nesse conjuntobet io appcromossomos, estão "escritas" muitas das informações que definem os processos orgânicos, as características físicas e a propensão a determinadas doençasbet io appcada umbet io appnós.

Mas o DNA sozinho não faz nada: quando ele precisa enviar algum comando à célula, essa fitabet io appdupla hélice gera uma cópia simplesbet io appdeterminado trecho do código genético.

Esse "xerox" genético vem numa fita simples e é o que conhecemos como RNA mensageiro, ou mRNA.

Esse material então sai do núcleo e viaja até os ribossomos, no citoplasma da célula. Essa estrutura lê a "receita" genética do mRNA e fabrica uma proteína específica relacionada àquele comando escrito no DNA.

Desde que esse mecanismo foi conhecido, a partir dos anos 1960, os cientistas começaram a se perguntar: será que é possível aproveitar essas "mini-impressoras" que carregamos dentro das células para produzir proteínas específicas?

O objetivo era que essas proteínas tivessem algum fim terapêutico, e pudessem servir para gerar uma resposta do sistema imunológico — o que permitiria combater o crescimentobet io appum tumor ou a invasãobet io appum vírus mortal, por exemplo.

O mRNA (fita amarela e azul) viaja até o ribossomo (roxo e azul, no centro da imagem), que produz uma proteína (vermelho)

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Legenda da foto, O mRNA (fita amarela e azul) viaja até o ribossomo (roxo e azul, no centro da imagem), que produz uma proteína (vermelho)

Pedras pelo caminho

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Mas é claro que a ideia não funcionou logobet io appcara. A principal barreira a ser superada tinha a ver com o fatobet io appo mRNA ser uma molécula muito frágil — como se trata apenasbet io appuma mensageira, ela logo se degrada no organismo.

Nos primeiros experimentos, os mRNAs sintetizadosbet io applaboratório sequer conseguiam chegar perto das células. Eles estragavam pelo caminho, antesbet io appcumprir a missão para o qual foram projetados.

Além disso, esses compostos se mostraram altamente inflamatórios. Eles geraram uma reação imunológica forte, que colocavabet io apprisco o próprio uso desse princípio na medicina.

Essas dificuldades foram superadas graças a dois trabalhos distintos. O primeiro deles, comandado pelo médico americano Drew Weissman e pela bioquímica húngara Katalin Karikó, descobriu que algumas modificações básicas na estrutura do mRNA poderiam deixá-lo menos inflamatório.

O segundo, que envolveu vários gruposbet io apppesquisa, como o comandado pelo bioquímico canadense Pieter Cullis, descobriu que "embrulhar" a fitabet io appmRNA numa nanopartículabet io applipídios (ou gordura) é uma forma eficazbet io appprotegê-lo da degradação. Assim, essa molécula pode ser injetada, viajar pelo organismo e chegar às células onde cumprirá a função para a qual foi projetada.

"Com essas modificações, a ciência estava diantebet io appuma ferramenta potente e poderosa", diz o biomédico Joel Rurik, que estuda essa tecnologia na Escolabet io appMedicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

"Trabalhar com o mRNA é algo relativamente simples e rápido. Basta fazer o download da sequência genética no computador e pedir para uma bioimpressora imprimir este material. Você consegue produzir toneladas dele sem a necessidadebet io appusar uma única célula", complementa o cientista, que participou recentemente do Simpósio Internacionalbet io appImunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz/Bio-Manguinhos, no Riobet io appJaneiro.

"Falamos, portanto,bet io appuma estratégia custo-efetiva, estável, com facilidadebet io appdistribuição e que pode ser usadabet io appforma mais ampla ou fácil que muitas ferramentas terapêuticas oubet io appengenharia imunológica", resume.

Drew Weissman e Katalin Karikó

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Legenda da foto, Drew Weissman (à esquerda) e Katalin Karikó (à direita) foram dois dos pioneiros nas vacinasbet io appmRNA

'Estreia' antecipada

Ainda que os testes clínicos com as primeiras vacinasbet io appmRNA tenham começado no início dos anos 2000, a comunidade científica esperava que as primeiras versões comercialmente disponíveis, aprovadas pelas agências regulatórias, só chegassem ao mercadobet io appmeadosbet io app2025.

Até que veio a covid-19 e tudo mudou. A emergência da pior pandemiabet io appum século exigiu que muitos especialistas mudassem os planos e começassem a estudar um vírus absolutamente novo: o Sars-CoV-2.

Assim que o sequenciamento genético do causador da covid foi concluído, aindabet io appjaneirobet io app2020, os grupos que já trabalhavam com imunizantesbet io appmRNA para outros patógenos (como o vírus sincicial respiratório) direcionaram os esforços para o novo coronavírus.

Em março daquele mesmo ano, os primeiros estudos clínicos dessas vacinas começaram a acontecer. Dez meses depois,bet io appdezembro, a Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos EUA, aprovou os dois produtos com a tecnologia mRNA desenvolvidos e testados pelas farmacêuticas Moderna e Pfizer/BioNTech.

Pouco depois, eles também foram liberadosbet io appoutras partes do mundo — no Brasil, a Agência Nacionalbet io appVigilância Sanitária (Anvisa) deu sinal verde para o uso do imunizante da Pfizerbet io app23bet io appfevereirobet io app2021.

Essa foi a primeira vez na história que uma vacinabet io appmRNA chegou ao braço das pessoas fora do ambiente das pesquisas científicas.

Ela se baseia naquele princípio explicado no início desta reportagem: cada dose do produto traz uma fitabet io appRNA mensageiro (mRNA), que instrui as células do nosso próprio organismo a fabricar a proteína S (de Spike, ou espículabet io appportuguês) presente na superfície do coronavírus.

A partir daí, o sistema imunológico reconhece esse material e gera uma resposta, capazbet io appproteger caso o agente infecciosobet io appverdade tente invadir o corpo.

Pessoa sendo vacinada

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Legenda da foto, As vacinasbet io appmRNA chegaram à populaçãobet io apptempo recorde durante a pandemiabet io appcovid-19

O que vem por aí

De acordo com a imunologista Cristina Bonorino, professora da Universidade Federalbet io appCiências da Saúdebet io appPorto Alegre, no Rio Grande do Sul, o próximo "passo natural" para o mRNA é que ele seja usado para desenvolver vacinas contra outras doenças infecciosas.

Inclusive, laboratórios já estão realizando testesbet io appimunizantes contra todos os tiposbet io appcoronavírus, o influenza, o zika, o chikungunya, a dengue, a malária, o HIV…

Segundo o ClinicalTrials.Gov, site que registra todos os testes clínicosbet io appandamento nos Estados Unidos, existem atualmente 807 estudos do tipobet io appandamento que avaliam algum aspecto dessa plataforma tecnológica.

"O fator que pode limitar ou acelerar esses trabalhos é justamente o dinheiro. Com investimento, é possível fazer as conexões entre os especialistas e resolver muitos dos problemasbet io appsaúde mais complexos", complementa ela.

Rurik concorda e classifica esse campo da ciência como "empolgante".

"As vacinasbet io appmRNA usadas contra a covid-19 lançaram um enorme holofote na área. Com isso, vieram os investimentos privados e os programas governamentaisbet io appincentivo", contextualiza.

O próprio trabalho do biomédico é um exemplo disso. Nos últimos anos, ele investiga se o mRNA pode servir como uma ferramenta para que as célulasbet io appdefesa reconheçam e destruam fibroblastos "doentes" no coração.

Os fibroblastos são um tipobet io appcélula que forma a estrutura do músculo cardíaco. Quando essas unidades apresentam algum tipobet io appdefeito, isso pode representar a origembet io appuma doença crônica (como a insuficiência cardíaca) ou aguda (como o infarto).

"Treinar" as células imunológicas para identificar os fibroblastos defeituosos, portanto, pode se tornar, no futuro, um caminho para prevenir as condições que afetam o coração.

Ainda no mundo da cardiologia, outros grupos trabalham com o mRNA como uma formabet io appbaixar o LDL, o colesterol ruim. Essa molécula está diretamente relacionada com uma sériebet io appdesfechos perigosos, como o próprio infarto e o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Isso porque algumas pessoas possuem um gene que faz elas expressarem demais uma proteína chamada PCSK9, o que leva o colesterol às alturas. Inibir essa fabricação excessiva por meio do mRNA poderia ser um caminho para lidarbet io appforma definitiva com esse fatorbet io apprisco para tantas doenças cardiovasculares.

Cientista trabalhando no laboratório

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Legenda da foto, O mRNA é testado para uma sériebet io appoutras doenças além das infecciosas

E o câncer?

Aos poucos, a tecnologia do mRNA volta às suas origens: as pesquisas sobre o uso dessas vacinas contra tumores começaram a ganhar mais fôlego nos últimos meses.

"O câncer é uma fontebet io appmuitas mutações genéticas. Além disso, ele tem a característicabet io appproduzir certas moléculas capazesbet io appsuprimir o sistema imunológico", contextualiza Bonorino.

Em outras palavras, as células cancerosas são capazesbet io appproduzir determinadas substâncias que bloqueiam a imunidade. Com isso, as unidadesbet io appdefesa não reconhecem a ameaça — e o tumor cresce no corpo sem encontrar resistência.

Já existem atualmente tratamentos que tiram essa "venda" das unidadesbet io appdefesa e permitem que o próprio sistema imunológico passe a atacar o câncer. Esse grupobet io appfármacos é conhecido como imunoterapia, e está disponível contra o melanoma e outros tipos da doença.

Mas e se fosse possível aplicar uma vacinabet io appmRNA para que o organismo do paciente identificasse certas mutações tumorais mais comuns? Ou ainda criar um produto farmacêutico totalmente personalizado, baseado nas alterações genéticas que aparecembet io appcada indivíduo com câncer?

"Além disso, um dos grandes sonhos da oncologia sempre foi desenvolver uma espéciebet io app‘memória imunológica’ contra o câncer,bet io appmodo que o sistema imune saiba quando o tumor retornou ou está se espalhando para outros tecidos", acrescenta a imunologista.

Todas essas possibilidades estão sendo testadas agora por gruposbet io apppesquisas e farmacêuticas.

O passo concreto mais recente do mRNA contra o câncer foi anunciado pelos laboratórios Moderna e MSD: uma vacina experimental contra o melanoma foi capazbet io appdiminuir o riscobet io appmortebet io app44% quando associado à imunoterapia.

Vale ponderar, no entanto, que o produto ainda estábet io appdesenvolvimento e precisa passar por novas etapasbet io appestudo antesbet io appchegar às clínicas e aos hospitais.

Fitabet io appmRNA

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Legenda da foto, As fitasbet io appmRNA, como as retratadas na ilustração, são produzidas pelas nossas células — e servirambet io appbase para o desenvolvimentobet io appnovas tecnologias

Muito além do câncer

Por fim, Rurik aponta que o mRNA não é mais uma plataforma exclusiva para doenças infecciosas, cardíacas ou oncológicas.

"Também já vemos estudosbet io appandamento para tratar lúpus e outras doenças autoimunes", exemplifica.

Mas, para que isso realmente aconteça, os cientistas precisarão ainda trabalhar bastante para provar a segurança e a eficáciabet io apptantas novidades.

O principal desafio será demonstrar que todas essas terapias não geram problemas no sistema imunológico ou prejudicam o funcionamentobet io appórgãos vitais, como o fígado.

"Mas é inegável que há muita coisa acontecendo agora com o mRNA, e tenho certeza que ideias ‘malucas’, que imaginávamos impossíveis, virarão realidade nos próximos cinco anos", acredita o biomédico.