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Por que identidade racialpessoas que vivem de apostas desportivasKamala é questionada, e não só por Trump?:pessoas que vivem de apostas desportivas
Kamala Harris se autoidentifica como negra epessoas que vivem de apostas desportivasorigem indiana há décadas. Segundo o Instituto Nacionalpessoas que vivem de apostas desportivasSaúde dos EUA, uma pessoa pode ser negra sem ser afro-americana. “Um afro-americano (‘Afro-american',pessoas que vivem de apostas desportivasinglês) é uma pessoa cujas origens estãopessoas que vivem de apostas desportivasqualquer um dos grupos raciais negros da África”, diz o site do Instituto Nacional dos EUA.
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Fim do Matérias recomendadas
Já o termo negro (‘Black’) “é mais amplo e inclusivo” do que o afro-americano. “Alguém pode nascer na Jamaica, viver nos EUA e se identificar como negro, mas não afro-americano”. Há também quem entenda o termo afro-americano como uma referência aos descendentespessoas que vivem de apostas desportivasescravizados nos EUA (leia mais abaixo).
Kamala afirma que Trump recorre a questionamentos à identidade e cor da pele da democrata para atacá-la e aprofundar divisões raciais entre os próprios americanos. Veículospessoas que vivem de apostas desportivasimprensa dos EUA como, a revista New Yorker, qualificam tais comentários do republicano como “racistas”.
Já aliadospessoas que vivem de apostas desportivasTrump, como o candidato a vice e senador J.D. Vance, não apenas sustentam suas declarações como acusam Kamalapessoas que vivem de apostas desportivasoportunismo racial/eleitoral.
“Ela falseia quem ela é a depender da audiênciapessoas que vivem de apostas desportivasfrente à ela — e então essa é quem ela é e quem ela sempre foi”, disse Vance, notando que Kamala falapessoas que vivem de apostas desportivas“Black English”pessoas que vivem de apostas desportivasdetrimentopessoas que vivem de apostas desportivasum dialeto mais formal quando a plateia é majoritariamente negra.
Em um pleito que pode ser definido por uma margempessoas que vivem de apostas desportivasapenas dezenaspessoas que vivem de apostas desportivasmilharespessoas que vivem de apostas desportivasvotos, ganhar a preferênciapessoas que vivem de apostas desportivascertos grupos demográficos fará a diferença. E os eleitores negros são historicamente uma das reservas mais importantespessoas que vivem de apostas desportivasvotos.
Há duas semanas, a Iniciativapessoas que vivem de apostas desportivasOpinião Pública da Howard University ouviu 963 prováveis eleitores negros nos sete principais Estados-pêndulo do país (Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin), que devem definir o novo ocupante da Casa Branca.
A pesquisa mostrou que 82% dizem que votarãopessoas que vivem de apostas desportivasKamala, enquanto 12% preferem o ex-presidente Donald Trump. Outros 5% estão indecisos e 1% planeja escolher outro candidato.
Pode parecer — e é — uma liderança confortável para a democrata. Mas,pessoas que vivem de apostas desportivas2020,pessoas que vivem de apostas desportivasum levantamento comparável, o antecessorpessoas que vivem de apostas desportivasKamala e atual presidente Joe Biden aparecia com 7 pontos percentuais a mais do que ela entre os negros. Já uma pesquisa do New York Times e Siena College divulgada no último dia 12 sugere que a distância entre a preferênciapessoas que vivem de apostas desportivaseleitores negros por Bidenpessoas que vivem de apostas desportivas2020 e por Kamala agora pode ser ainda maior,pessoas que vivem de apostas desportivas10 pontos percentuais.
Analistas concordam que para manter a possibilidadepessoas que vivem de apostas desportivasvencer nesses Estados, Kamala precisa conquistar os votos deste grupo que ainda lhe faltam - e por isso mesmo Barack Obama acabapessoas que vivem de apostas desportivasser mandado à Pensilvânia para exortar o eleitorado negro a escolhê-la. “Meu entendimento, com base nos relatórios que recebopessoas que vivem de apostas desportivascampanhas e comunidades, é que ainda não vimos os mesmos tipospessoas que vivem de apostas desportivasenergia e participaçãopessoas que vivem de apostas desportivastodos os setorespessoas que vivem de apostas desportivasnossos bairros e comunidades como vimos quando eu estava concorrendo", disse Obama à audiência negra, para na sequência repreendê-la.
"De um lado, vocês têm alguém que cresceu como vocês, os conhecem, foi à faculdade com vocês",pessoas que vivem de apostas desportivasreferência à Kamala Harris, enquantopessoas que vivem de apostas desportivasoutro lado, com Donald Trump, ainda nas palavraspessoas que vivem de apostas desportivasObama, "há alguém que tem demonstrado consistentemente desrespeito, não apenas pelas comunidades, mas por vocês como pessoa. E ainda assim, estão considerando ficarpessoas que vivem de apostas desportivasfora?"
Mas a discussão supera — e muito — apenas a mera matemática dos votos. Para alguns americanos (brancos e não brancos), é motivopessoas que vivem de apostas desportivascomemoração ter Kamala como potencialmente a primeira mulher negra a assumir a Presidência dos EUA, enquanto há mesmo entre os movimentos afro-americanos quem questione o real significado disso.
Em um cenário eleitoral marcado por tensões raciais - a exemplo da falsa alegaçãopessoas que vivem de apostas desportivasTrumppessoas que vivem de apostas desportivasque migrantes haitianos comem cachorros e gatospessoas que vivem de apostas desportivasestimação dos americanos — a disputa sobre a identidadepessoas que vivem de apostas desportivasuma das presidenciáveis é também uma discussão sobre representação, preconceito e composição da sociedade.
A novidade multirracial
Há uma intensa movimentação no tecido social americano: a identidadepessoas que vivem de apostas desportivasKamala Harris é,pessoas que vivem de apostas desportivascerta forma, uma novidade para o país. Como outros 33,8 milhõespessoas que vivem de apostas desportivasamericanos (10% da população dos EUA), Kamala se considera uma pessoa multirracial ou miscigenada.
Foi apenas nos anos 2000 que o Censo americano passou a permitir que a população se identificasse com maispessoas que vivem de apostas desportivasuma raça. De lá para cá, este é o grupo populacional que mais cresce no país.
Em comparação, no Brasil, o termo mais próximo ao multirracial do Censo americano é o pardo, aquele que se identifica como uma misturapessoas que vivem de apostas desportivasduas ou mais corespessoas que vivem de apostas desportivaspele, ou raças — incluindo branca, preta e indígena - na definição do Instituto Brasileiropessoas que vivem de apostas desportivasGeografia e Estatística (IBGE) .
São maispessoas que vivem de apostas desportivas92 milhõespessoas que vivem de apostas desportivasbrasileiros, ou 45% da população que se identificam como pardos, o que os torna o maior grupo dentre a população brasileira, segundo dados do Censopessoas que vivem de apostas desportivas2022.
Não é fortuita a diferença entre a atual composição populacionalpessoas que vivem de apostas desportivasBrasil e Estados Unidos, os dois maiores países das Américas, compostos por migrantes, indígenas e negros escravizados.
Enquanto no Brasil a miscigenação foi incentivada como uma políticapessoas que vivem de apostas desportivasEstado entre o fim do séculos 19 e o início do 20, nos EUA o que se viu foi justamente o contrário. Diferentes Estados e mesmo municípios do sul do país passaram a adotar o que ficou conhecido como leis Jim Crow, uma forma pejorativapessoas que vivem de apostas desportivasse referir a pessoas negras no século 19.
Tais regras determinavam a segregação total entre brancos e não-brancos. Neste último grupo estavam todos que tivessem alguma ascendência negra, ainda que fosse apenas por “uma gotapessoas que vivem de apostas desportivassangue”, termo que batizou a regra.
Os dois grupos raciais estavam proibidospessoas que vivem de apostas desportivasocupar os mesmos espaços públicos, fossem escolas, igrejas, hospitais, restaurantes, repartições públicas, ônibus e trens. Na prática, vivia-se sob um regimepessoas que vivem de apostas desportivasapartheid.
Invariavelmente, as instalações acessíveis aos brancos eram superiores às reservadas aos demais. Em certos Estados, negros ficavam proibidospessoas que vivem de apostas desportivasmorar nos mesmos bairros que brancos e eram impedidospessoas que vivem de apostas desportivasvotar (até 1965) e casamentos interraciais também eram considerados ilegais até 1967.
“Foi apenas na décadapessoas que vivem de apostas desportivas1960, ou seja, já durante a vidapessoas que vivem de apostas desportivasKamala Harris e Donald Trump, que o apartheid americano instaurado legal e politicamente começou a ser desmantelado. Somos pessoas que nasceram no apartheid e isso deixa uma herança imediata. Quando pensamospessoas que vivem de apostas desportivasraça e racismo, não estamos falando apenas sobre o legado da escravatura (abolidapessoas que vivem de apostas desportivas1863). Estamos falando sobre o legadopessoas que vivem de apostas desportivasJim Crow e isso não é algo remoto,pessoas que vivem de apostas desportivasum passado muito distante, para a maioria dos americanos”, afirmou à BBC News Brasil a historiadora Martha Jones, professora da Johns Hopkins University e especialistapessoas que vivem de apostas desportivastemaspessoas que vivem de apostas desportivasraça e escravidão nos EUA.
Para que o sistemapessoas que vivem de apostas desportivassegregação funcionasse plenamente, o conceitopessoas que vivem de apostas desportivasraça tinha que ser fixo e estritamente aplicado. E a miscigenação tinha que ser impedida — e ter um alto custo para quem ainda assim a praticasse.
“Não estamos falando apenaspessoas que vivem de apostas desportivasraça e racismopessoas que vivem de apostas desportivastermos sociológicos, econômicos ou culturais. Estamos falandopessoas que vivem de apostas desportivasum sistemapessoas que vivem de apostas desportivasleis e políticas que se baseava na visãopessoas que vivem de apostas desportivasque existia uma pessoa branca, uma negra, uma ameríndia e uma asiática e que direitos e privilégios eram arbitrados por lei a partir desse prisma”, diz Jones.
É neste contexto — epessoas que vivem de apostas desportivasmeio ao movimento das lutas pelos direitos civis — que Kamala Harris nasce,pessoas que vivem de apostas desportivas1964,pessoas que vivem de apostas desportivasOakland, na Califórnia. Ela foi criadapessoas que vivem de apostas desportivasmodo a espelhar essa multiplicidade identitária.
“Eu cresci frequentando uma Igreja Batista negra e um templo Hindu”, contou Kamala Harris ao jornal Los Angeles Timespessoas que vivem de apostas desportivas2015, durantepessoas que vivem de apostas desportivascampanha a uma vaga para o Senado americano. “Minha mãe indiana tinha consciênciapessoas que vivem de apostas desportivasque estava criando duas meninas negras (Kamala e a irmã, Maya)”, relata Kamala, cujo nome significa Lótuspessoas que vivem de apostas desportivassânscrito,pessoas que vivem de apostas desportivasseu livro The Truths We Hold.
Em diversas ocasiões, porém, ela destacou que a consciênciapessoas que vivem de apostas desportivassua negritude “não veiopessoas que vivem de apostas desportivasprejuízo da minha identidade indiana”.
Entre suas memóriaspessoas que vivem de apostas desportivasinfância estão viagens à Índia e finspessoas que vivem de apostas desportivassemana na casa do pai, um economista professor da Universidade Stanford,pessoas que vivem de apostas desportivasPalo Alto, no Vale do Silício.
“Os filhos dos vizinhos não eram autorizados a brincar com a gente porque éramos negras”, recordou Kamala, sobre essas visitas.
Nos anos 1970,pessoas que vivem de apostas desportivasturma na escola primária foi apenas a segunda a ter alunos racialmente misturados — graças a uma decisão da Suprema Corte que anos antes derrubou a segregação escolar racial.
Tanto o pai, o economista jamaicano Donald Harris, quanto a mãe, a bióloga indiana Shyamala Gopalan, levavam Kamala e Maya às manifestações pelos direitos civis que culminaram na queda do regimepessoas que vivem de apostas desportivasseparação racial no país. Anos mais tarde, Kamala atribuiriapessoas que vivem de apostas desportivasdecisãopessoas que vivem de apostas desportivasestudar direito a três gigantes deste mesmo movimento: Thurgood Marshall, Charles Hamilton Houston e Constance Baker Motley.
O curso superior foi feito na maior universidade negra do país, a Howard University,pessoas que vivem de apostas desportivasWashington DC, capital dos EUA. Lá, ela se tornou também presidente da Associação dos Estudantes Negrospessoas que vivem de apostas desportivasDireito. E compôs a irmandadepessoas que vivem de apostas desportivasmulheres universitárias afro-americanas Alpha Kappa Alpha.
Já senadora, atuou como integrante da Comissão Negra e da Comissão Asiático Americana — o que, aliás, nem sempre é possível. Uma das antigas regras congressuais aindapessoas que vivem de apostas desportivasvigor nos EUA impede, por exemplo, que membros da Comissão Hispânica também participem da Comissão Negra, o que obriga parlamentares latinos e negros a escolherpessoas que vivem de apostas desportivasque aspectopessoas que vivem de apostas desportivassua identidade militarão, ou então a lutar por uma exceção à regra.
Kamala sempre teve uma postura reservada sobrepessoas que vivem de apostas desportivasidentidade racial e as situações que viveu por causa dela na sociedade americana. “Não me sinto obrigada a cantar longas baladas sobre minhas experiências com a injustiça”.
Em 2015, questionada sobre a questão racial, ela dizia se recusar a,pessoas que vivem de apostas desportivasseus termos, “ser colocada nesta ou naquela caixinha”.
Para Martha Jones, o fatopessoas que vivem de apostas desportivasque parte da população — e do Congresso — ainda tenha dificuldadepessoas que vivem de apostas desportivasassimilar a ideiapessoas que vivem de apostas desportivasidentidades miscigenadas pode ser explicada justamente pelo peso histórico do recente apartheid na formação da consciência política americana.
“Não deveria ser algo excepcional a menos que você concorde com a ideiapessoas que vivem de apostas desportivasque raças deveriam ser puras porque funcionam como um delimitadorpessoas que vivem de apostas desportivasdireitos, privilégios e poder. E se usaremos raça para arbitrar as coisas, as pessoas que são chamadaspessoas que vivem de apostas desportivasmistas são um advento preocupante porque não cabem muito bem nas caixas, na perspectiva do apartheid”, diz Jones.
Roger House, professor eméritopessoas que vivem de apostas desportivasHistória Americana do Emerson College, também vê ecospessoas que vivem de apostas desportivasapartheid e da ideologia que o instaurou no uso político feito por Trump e seus aliados da questão identitáriapessoas que vivem de apostas desportivasKamala.
“Para compreender o questionamentopessoas que vivem de apostas desportivasDonald Trump sobre a origem racialpessoas que vivem de apostas desportivasHarris, é importante compreender os fundamentos da supremacia branca do movimento MAGA (Make America Great Again). É uma formapessoas que vivem de apostas desportivasminar apessoas que vivem de apostas desportivascredibilidade como pessoapessoas que vivem de apostas desportivascor e como americanapessoas que vivem de apostas desportivaspais imigrantes. As duas questões (raça e migração) estão interligadas na política do Trumpismo”, afirmou House à BBC News Brasil.
Grupos extremistas e/ ou supremacistas brancos como Proud Boys e a Ku Klux Klan já endossaram publicamente a candidaturapessoas que vivem de apostas desportivasTrump.
E embora oficialmente Trump tenha rejeitado o apoiopessoas que vivem de apostas desportivasnacionalistas brancos, neonazistas, supremacistas brancos e outros grupospessoas que vivem de apostas desportivasódio,pessoas que vivem de apostas desportivas2022, logo após se lançar presidenciável, Trump jantoupessoas que vivem de apostas desportivasseu resort com Nick Fuentes, um conhecido líder supremacista branco.
Negra, mas não afro-americana?
House afirma ainda que “os ataquespessoas que vivem de apostas desportivasTrump” foram facilitados pelo modo “fluido” como Kamala tem tratadopessoas que vivem de apostas desportivasidentidade, algo reveladorpessoas que vivem de apostas desportivasoutro mal-estar social. Em que pese as condiçõespessoas que vivem de apostas desportivasKamala como mulherpessoas que vivem de apostas desportivasorigem negra e indiana, não é um resultado óbvio que a comunidade afro-americana se sinta representada por ela.
“A herança racialpessoas que vivem de apostas desportivasKamala Harris é uma facapessoas que vivem de apostas desportivasdois gumes para os negros americanos”, afirma Roger House, do Emerson College.
“Sim, ela é uma mulher negra, maspessoas que vivem de apostas desportivasorigem imigrante tanto do lado paterno quanto materno. Como tal, alguns diriam que lhe falta a autêntica experiência negra americana e, portanto, a identidade. A base dessa identidade é uma memória coletivapessoas que vivem de apostas desportivasherança partilhada e uma forte crença num destino comum. Portanto, não a vejo como uma representante orgânica do “grupo étnico” negro americano”, conclui.
Assim como Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA, cujo pai era queniano, Kamala não descendepessoas que vivem de apostas desportivasnegros que tenham sido escravizados nos EUA.
Sua linhapessoas que vivem de apostas desportivasascendência do lado jamaicano é um tanto quanto incerta. Segundo seu pai, Donald Harris, eles seriam parentespessoas que vivem de apostas desportivasum irlandês donopessoas que vivem de apostas desportivasescravizados que se estabeleceu na Jamaica.
“Minhas raízes remontam, à minha avó paterna, Srta. Chrishy (nascida Christiana Brown, descendentepessoas que vivem de apostas desportivasHamilton Brown, considerado como proprietáriopessoas que vivem de apostas desportivasplantações epessoas que vivem de apostas desportivasescravizados e fundador da [cidade jamaicana] Brown’s Town)”, escreveu Donald Harrispessoas que vivem de apostas desportivasum artigo para o jornal Jamaica Globe,pessoas que vivem de apostas desportivas2018.
Mas serviçospessoas que vivem de apostas desportivaschecagem, como o PolitiFact, encontraram registrospessoas que vivem de apostas desportivasascendência da família Harris na Jamaica relacionadas a uma mulher qualificada como “labourer” tanto na certidãopessoas que vivem de apostas desportivasnascimento como napessoas que vivem de apostas desportivasóbito.
“Labourer” era o termo usado na Jamaica para designar aqueles que haviam sido emancipados da condiçãopessoas que vivem de apostas desportivasescravidão ou seus descendentes.
Quando o paipessoas que vivem de apostas desportivasKamala chegou aos EUA vindo da Jamaica,pessoas que vivem de apostas desportivas1961, ele era partepessoas que vivem de apostas desportivasuma pequena minoria. Havia apenas 125 mil negros imigrantes àquela alturapessoas que vivem de apostas desportivastodo o país, dentre 20,5 milhõespessoas que vivem de apostas desportivasnegros na população americana como um todo (11%), descendentes das centenaspessoas que vivem de apostas desportivasmilharespessoas que vivem de apostas desportivashomens e mulheres traficados para os Estados Unidos e lá escravizados no período colonial.
O cenário atual é bem diferente. Se no início dos anos 1960, 1pessoas que vivem de apostas desportivascada 164 negros nos EUA era estrangeiro,pessoas que vivem de apostas desportivas2019, 1pessoas que vivem de apostas desportivascada 10 negros no país era estrangeiro, segundo o Institutopessoas que vivem de apostas desportivasPesquisa Pew Research.
São quase 5 milhõespessoas que vivem de apostas desportivaspessoas, das quais mais da metade desembarcoupessoas que vivem de apostas desportivasterritório americano depois dos anos 2000.
A chegada dos migrantes trouxe características novas à comunidade negra, mas também deixou evidente certas tensões. Parte dos grupos negros americanos que advogam por medidaspessoas que vivem de apostas desportivasreparo pelo históricopessoas que vivem de apostas desportivasescravatura do país defendem que tais compensações sejam concedidas exclusivamente para pessoas negras que possam provar serem descendentespessoas que vivem de apostas desportivashomens e mulheres escravizados nos Estados Unidos, e não para toda e qualquer pessoa negra que viva no país.
Existe entre estudiosos e militantes negros a percepçãopessoas que vivem de apostas desportivasque a vida na sociedade americana é mais difícil para o grupo que descendepessoas que vivem de apostas desportivasescravizados nos EUA do que para os demais negros.
Algo análogo à questão do colorismo, conceito usado para denunciar que a mistura entre grupos étnico-raciais (no passado, frequentemente fruto da violência sexualpessoas que vivem de apostas desportivascolonos brancos contra negras escravizadas) não criou uma convivência harmoniosa entre os diferentes, mas uma hierarquização social, com negrospessoas que vivem de apostas desportivaspele clara normalmente tendo mais facilidades ou sendo menos alvospessoas que vivem de apostas desportivaspreconceito/racismo do que ospessoas que vivem de apostas desportivaspele mais escura.
“O fatopessoas que vivem de apostas desportivasos dois políticos negros mais proeminentes do Partido Democrata terem pele clara e não terem a identidade negra americana tradicional revela as restriçõespessoas que vivem de apostas desportivasraça, cor e status nesta sociedade”, diz House.
Ele vêpessoas que vivem de apostas desportivasObama uma tentativa bem-sucedidapessoas que vivem de apostas desportivasse integrar aos negrospessoas que vivem de apostas desportivasChicago, onde construiupessoas que vivem de apostas desportivascarreira política. Já Kamala, na visãopessoas que vivem de apostas desportivasHouse, foi alçada ao poder “pelos brancos do partido Democrata”, e não por uma militância racial específica.
Por essa perspectiva, há um certo ceticismopessoas que vivem de apostas desportivasestudiosos e militantes negros sobre o real significado da chegada destas figuras a postospessoas que vivem de apostas desportivaspoder. Se Kamala fosse uma descendentepessoas que vivem de apostas desportivasnegros escravizados nos EUA, com uma trajetória também típicapessoas que vivem de apostas desportivasalguém deste grupo, ela estaria hoje neste mesmo lugar?, questionam.
Por fim, House relembra as tensões inerentes à miscigenação na comunidade negra desde os tempos da escravatura — experiência que aliás se repetiu no Brasil.
“Posso dizer que a históriapessoas que vivem de apostas desportivasmistura racial na comunidade negra é uma experiência complicada e perigosa. Durante a escravidão, cercapessoas que vivem de apostas desportivas10% dos escravizados eram filhospessoas que vivem de apostas desportivassenhorespessoas que vivem de apostas desportivasescravos nascidos da violência sexual ou da manipulaçãopessoas que vivem de apostas desportivasmulheres indefesas. Muitos destes filhos foram doutrinados a se perceber como superiores aos demais pretos por terem sangue branco correndo nas veias. Alguns foram usados por donospessoas que vivem de apostas desportivasplantações como espiões ou capatazes. O legado dessa dolorosa e confusa experiência assombra as relações sociais entre os negros até hoje.”
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