Com despedida emocionada, mexicano é deportado após viver por 30 anos nos EUA:

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Jorge Garcia viveu a maior partesua vida nos Estados Unidos, mas, na última segunda-feira, foi forçado a deixar o país.

Garcia, um paisagista39 anos, foi levado ao país ilegalmente por um parente quando tinha só 10 anos. Casado com uma cidadã americana e paidois filhos adolescentes nascidosterritório americano, ele fez um pedido formal para mudar seu status.

Mas, por causasua idade, não foi aceito no programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), que confere proteção contra deportação e autorização para morar, trabalhar e dirigir por dois anos, renováveis, a imigrantes ilegais que tenham chegado aos Estados Unidos quando eram menoresidade.

O programa foi criadojunho2012 por meioum decreto assinado pelo então presidente americano Barack Obama para regularizar temporariamente imigrantessituação ilegal.

Para cumprir as condiçõeselegibilidade, o candidato não deve ter completado 31 anos até a assinatura do decreto (Garcia tinha 34 anos2012), deve ter ingressado no país antesfazer 16 anos e ter morado continuamente nos Estados Unidos desde 15junho2007, não ter sido condenado criminalmente ou ser considerado uma ameaça à segurança nacional e jamais ter tido um visto ou autorização para permanecer no país.

Além disso, o casamento com um cidadão americano não dá automaticamente ao cônjuge o direitopermanecer no país. É preciso candidatar-se a fimobter a permissãoresidência. Porém, esse processo não é fácil e está condicionado a algumas exigências, entre elas aque o requerente não tenha entrado ilegalmente nos Estados Unidos.

Esse foi o caso do mexicano. Sendo casado com uma americana, ele poderia regularizarsituação, mas fora dos Estados Unidos - uma vez que estava ilegal quando chegou ao país.

Seria preciso, assim, que ele voltasse ao México e buscasse as repartições consulares americanas para dar início ao trâmite.

Até 2017, cerca800 mil pessoas, conhecidas como "dreamers", participaram do programa, o qual o atual presidente americano, Donald Trump, quer alterar, pedindo ao Congresso que aprove uma nova lei sobre o assunto. A maioria dos beneficiados até agora, cerca76%, são mexicanos, como Garcia.

O seu caso vinha tramitando desde 2006, quando foi emitida a primeira ordemdeportação, mas ele conseguiu ao menos quatro vezes adiar o cumprimento da medida.

Em novembro passado foi emitida uma nova ordemdeportação e exigido que ele comparecesse ao aeroportoDetroit, onde vive, com uma passagem sóida para o México.

“Segundo os documentos, ele foi proibidoentrar nos EUA por 10 anos”, disse aos prantosmulher, Cindy Garcia, após se despedir do marido no terminal, onde pessoas protestavam contra a medida com placasque se lia “paremseparar as famílias”.

O casoGarcia foi visto como um reflexo da promessa feita por Trump no ano passadoelevar o númerodeportaçõesimigrantes ilegais.

Sua mulher disse que planeja fazer um pedido para que ele possa retornar aos Estados Unidos. “Vamos rezar para ele tê-lovolta logo. Só quero agradecer a todo mundo por vir aqui tão cedo e por todo o apoio ao longo dos anos.”